Bayern retoma Champions no mesmo ritmo avassalador
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O Bayern de Munique foi campeão da Liga dos Campeões 2019/20 no dia 25 de agosto. Menos de dois meses depois, já estreia na fase de grupos da edição 2020/21 contra o Atlético de Madri. Um retorno rápido dentro da adequação do calendário europeu ao período sem futebol por conta da pandemia.
Se o Paris Saint-Germain deu a impressão de ainda viver o "luto" pela derrota na final em Lisboa ao perder em casa para o Manchester United por 2 a 1, o time bávaro manda um recado ao continente e ao mundo: segue com a mesma fome.
Os 4 a 0 na Allianz Arena não foram exatamente um atropelamento. Até pelas mudanças na equipe em relação à campanha 100% do título. Pavard entra na lateral direita para Kimmich ser a reposição natural de Thiago Alcântara no meio-campo. Na zaga, Süle começou como titular, com Boateng no banco. Pela esquerda, o campeão mundial pela França Lucas Hernández iniciou na lateral e Davies, a grande revelação da temporada passada, na reserva. Já no trio atrás de Lewandowski, as ausências dos ponteiros Gnabry, com Covid-19, e Leroy Sané, mais uma vez lesionado, fizeram o treinador Hans-Dieter Flick efetuar um revezamento pela direita e por dentro com Tolisso e Muller e Coman pela esquerda.
A formação muda e impacta no entrosamento. A ideia, porém, não muda. Muita intensidade e volume de jogo baseado em pressão pós-perda e, na retomada, muita gente se apresentando para jogar e também entrando na área para finalizar. Arriscando muito ao adiantar as linhas e confiar no goleiro Neuer para fazer a cobertura.
Coragem mesmo enfrentando atacantes de alto nível. Contra o time de Simeone, João Félix e Luis Suárez deram algum trabalho, assim como os avanços de Renan Lodi pela esquerda. Até deu a impressão de jogo igual, mas é preciso colocar muita concentração e força física e mental para suportar um Bayern ligado.
No primeiro tempo durou 25 minutos. Aos 27, o lançamento primoroso de Kimmich para Coman abrir o placar. Ponteiro francês que aproveitou erro de Llorente e Lewandowski atento para servir Goretzka. 2 a 0 e, ao olhar as estatísticas, vemos que a visão inicial de jogo equilibrado foi apenas uma impressão: 10 finalizações a três e 61% de posse do atual campeão. E ainda teve uma bola na trave de Süle.
Mesma batida no segundo tempo. Gol anulado de João Félix, por impedimento de Suárez atrapalhando a ação de Neuer, e Atlético organizado e mais ofensivo, ainda nas quase imutáveis duas linhas de quatro de Simeone. Até o Bayern retomar o ritmo e matar o jogo com um chute espetacular de Tolisso no ângulo de Oblak. Com espaços e um adversário já com a guarda baixa, Coman acelerou pela direita, fez o que quis com Felipe e marcou mais um golaço.
Os 4 a 0 podem parecer duros demais para o time espanhol, mas são consequência natural de uma superioridade inquestionável. Foram 16 finalizações, cinco no alvo. Quatro nas redes. Só uma do Atlético na direção da meta de Neuer. Mesmo com os visitantes subindo a posse de 39% para 41% e melhorando a efetividade nos passes: 72% contra 80% do adversário.
O Bayern se beneficia do contexto de uma retomada rápida do futebol na Europa e mostra na estreia que segue no mesmo ritmo avassalador.
(Estatísticas: UEFA)
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