Brasileiro é perde-ganha, mas nada justifica vacilo do Galo no Mineirão
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O Atlético Mineiro sofreu com um surto de Covid-19 recente e isto não pode ser desconsiderado na análise. Apesar dos "deslizes" de Marrony, Borrero, Allan e Vargas, atletas profissionais que dependem do corpo para trabalhar e se enfiaram em eventos públicos com aglomerações no meio de uma pandemia.
Mas para o jogo contra o Internacional, no Mineirão, o time teve a volta de Jorge Sampaoli, também afastado pela doença, mais nove atletas que se recuperaram e outros três que estavam suspensos ou lesionados.
Uma semana de preparação, como já é costume no clube que se despediu precocemente, ainda sob o comando de Dudamel, da Copa do Brasil e da Sul-Americana.
Para enfrentar um Internacional em crise, no meio de um duelo com o Boca Juniors pelas oitavas de final da Libertadores, ainda sem o treinador Abel Braga - testado negativo para Covid-19, mas em casa por recomendação médica - e armando um "catado" para poupar jogadores pensando no jogo na Bombonera.
Ainda sem Rodrigo Moledo, suspenso, e Edenilson, um dos poucos casos de infecção por coronavirus no elenco. O Galo perdeu Junior Alonso e Savarino por conta de terceiro cartão amarelo. Times mexidos, mas claro favoritismo para os mineiros, pelo contexto.
Era jogo para vencer e ponto final. Aquele jogo que em uma campanha de título é mencionada rapidamente naqueles especiais, sem nada a destacar. Apesar da grandeza do Colorado, somar três pontos para quem sonha com o topo era obrigação.
Mesmo em um Brasileiro de perde-ganha, com tabela achatada e só agora o São Paulo abrindo vantagem na ponta. Sem contar que o pelotão da frente está embolado e qualquer vacilo significa risco de deixar o G-4.
Mas o Galo vacilou. Feio. No início com intensidade para atacar, porém disperso sem a bola. Chute com perigo de Guilherme Arana, novamente como um ala atacando por dentro e deixando o flanco esquerdo para Keno. Mas depois hesitação de Guga e Igor Rabello no posicionamento e gol de Yuri Alberto.
O Atlético atacava pela direita com Guga bem aberto e Vargas, Sasha e Hyoran aparecendo para tabelas e ultrapassagens. Em lance confuso, Guga ganhou disputa, Réver cruzou e Musto marcou contra.
O Inter começou em um 4-1-4-1 com Musto entre as linhas de quatro, Rodrigo Dourado alinhado a Patrick por dentro, Marcos Guilherme e Yuri Alberto nas pontas e Leandro Fernández na frente. No segundo tempo, um 4-3-1-2 com Marcos Guilherme como uma espécie de "enganche", tentando dificultar Allan na saída de bola e Yuri Alberto adiantado como atacante contra os três zagueiros atleticanos.
Keno acertava e errava no duelo contra Rodinei. Em um contragolpe cortou para dentro e chutou longe. No ataque mais posicional, recebeu contra apenas um marcador e colocou na cabeça de Hyoran para decretar a virada.
Para o espectador o jogo parecia definido, mas o time em campo não pode pensar assim. Sampaoli imaginou controlar o jogo com posse de bola - terminou com 63%. Mas sua equipe baixou tanto a intensidade que permitiu chances seguidas de um Inter com Galhardo, Mauricio e Peglow na frente.
Até a jogada de bate-rebate, com falha de Réver, e empate com Peglow aos 42 minutos. Com o time gaúcho chegando a dez finalizações, uma a mais que a equipe mandante. Três a dois no alvo. Se levasse a virada nos últimos minutos de um time desorganizado e que, nas sete partidas desde a saída de Coudet e a chegada de Abel, só venceu uma, não seria nenhum absurdo.
O Atlético perdeu a chance de não deixar o São Paulo desgarrar na liderança e agora tem mais pontos perdidos que o Flamengo, mesmo ganhando seis pontos dos cariocas no confronto direto. São muitas oscilações para quem está concentrado apenas na competição por pontos corridos desde o início.
Não pode. Nada justifica o vacilo. Dois pontos irrecuperáveis.
(Estatísticas: SofaScore)
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