Flamengo goleia reservas dos Santos, mas ainda tem muito a evoluir
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O Santos veio ao Maracanã com time recheado de reservas, focando no jogo de volta das quartas de final da Libertadores contra o Grêmio, na Vila Belmiro. Escolha legítima, até porque são pontos que podem ser considerados "perdíveis" para o Flamengo na necessidade de ser pragmático.
O time comandado por Rogério Ceni não tem outra perspectiva além do Brasileiro e cumpriu seu papel: jogou no ataque o tempo todo e construiu com naturalidade a goleada por 4 a 1. Importante como um primeiro passo neste período de semanas cheias para treinar. Esperava-se uma resposta do Flamengo e ela veio.
Mas há muito a evoluir, ainda. Começando pelo encaixe de João Gomes no meio-campo durante a ausência do lesionado Willian Arão. Quando pressionado, o jovem volante ainda se atrapalha nos passes, tirando fluência da saída de bola. Sem bola, a vontade muitas vezes gera faltas duras, passíveis de punições. É preciso estar melhor colocado e menos ansioso.
Everton Ribeiro também pode entregar bem mais. Especialmente se simplificar as jogadas, com um ou dois toques. Ao prender a bola, a pressão e o trabalho do adversário tirando as linhas de passe dificultam a tomada de decisão. Os rivais também vêm tirando a opção de profundidade na ultrapassagem de Isla. Cuca fez Lucas Braga voltar com o lateral chileno, que quando precisa conduzir e não tem o espaço para atacar em velocidade não mostra o mesmo rendimento.
Mas há muitos fatores positivos, como o crescimento de Bruno Henrique, nitidamente melhor condicionado e aparecendo bem pela esquerda, combinando com Filipe Luís e Arrascaeta. Falta retomar a sintonia com Gabigol, que só apareceu nas duas cobranças de pênalti e em um gol perdido, pouco antes de sair. Natural pela inatividade.
O outro acerto foi Gerson participando mais ativamente das ações ofensivas, entrando mais frequentemente na área do oponente. Foi o melhor enquanto esteve em campo. Perdeu boa oportunidade de cabeça completando cruzamento de Bruno Henrique, mas não desperdiçou o rebote da cabeçada de Natan na jogada aérea que abriu o placar.
Descomplicando um primeiro tempo de 63% de posse, mas muitos cruzamentos (19) e novamente insistindo demais com Filipe Luís pela esquerda. O lateral veterano foi bem, marcou o terceiro gol. Mas diante de um sistema defensivo fechado, como o 4-1-4-1 santista, a chegada sem velocidade ao fundo torna os ataques mais previsíveis.
A melhor notícia, porém, foi a escalação da zaga tão esperada pela torcida: Rodrigo Caio e Natan corresponderam dentro do contexto. É claro que falta entrosamento, mas o jovem defensor canhoto mostrou que é melhor opção que Gustavo Henrique e Léo Pereira. O gol de Bruno Marques no final poderia ser evitado para fechar a segunda partida sem sofrer gols, mas não deve ser parâmetro.
Não só porque o Flamengo já vencia por 4 a 0, mas também pela experiência de Ceni com Pedro no lugar de Gerson e um 4-1-3-2 ultraofensivo que, obviamente, cedeu mais espaços, até pela folga no placar. Nada que não possa ser ajustado. Ainda mais com nova semana livre para trabalhar até o jogo contra o Bahia, no domingo.
O discurso de não se preocupar em olhar para tabela e vantagem dos concorrentes é acertado. Melhor se concentrar em evoluir e seguir vencendo. No Brasileiro já são três vitórias seguidas. Importante para ganhar confiança e acalmar um ambiente ainda com conflitos, como a renovação de Diego Alves.
A sequência de jogos é acessível para pontuar, se manter competitivo e, o principal, melhorar o desempenho.
(Estatísticas: SofaScore)
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