Inter vence na despedida de D'Alessandro. Palmeiras já pensa no "filé"
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Edenilson foi o melhor em campo nos 2 a 0 do Internacional sobre o Palmeiras no Beira-Rio. Um gol logo aos dez minutos que consolidou o time gaúcho num 4-1-4-1 jogando mais posicionado e apostando em rápidas transições ofensivas. No contragolpe mais bem engendrado da segunda etapa, bela assistência do camisa oito e toque mais bonito ainda de Yuri Alberto por cima de Weverton.
O time de Abel Braga se destacou pela concentração defensiva, especialmente no primeiro tempo, só permitindo uma finalização para fora de Gustavo Scarpa. Sacrificou um pouco o isolado Thiago Galhardo, já que os jogadores pelos flancos, Caio Vidal e Patrick, recuavam demais acompanhando os laterais palmeirenses.
Mas o Inter foi beneficiado nos primeiros 45 minutos pela falta de profundidade de um Palmeiras que tentava abrir o campo com Marcos Rocha e Viña, mas na prática afunilava com Lucas Lima cortando da direita para dentro com o pé esquerdo e, desta vez, atrapalhando a movimentação de Raphael Veiga atrás de Willian Bigode. Scarpa também trabalhou mais por dentro que o habitual e facilitou o trabalho de Rodrigo Dourado, o volante mais plantado do Colorado.
Ficou claro também que o time de Abel Ferreira, por mais que o treinador português insista que o próximo jogo é o mais importante, já começa a fazer cálculos e dar um peso maior às competições de mata-mata. Afinal, são duas semifinais com perfis diferentes: um enorme desafio na Libertadores contra o River Plate e o favoritismo absoluto na Copa do Brasil diante do América. Como dizem os próprios boleiros, agora é a hora do "filé", depois de "roer o osso".
Não que tenha faltado luta em Porto Alegre, especialmente no segundo tempo, quando Abel utilizou o seu elenco homogêneo, mandando a campo Mayke, Zé Rafael, Breno Lopes, Gabriel Verón e Gabriel Silva. Com pontas e laterais buscando mais o fundo, Gabriel Menino ditando o ritmo no meio e mais presença na área adversária. Inclusive no desvio de Victor Cuesta no travessão de Marcelo Lomba, a chance mais cristalina do time paulista. No rigor dos números, porém, foram 59% de posse, 13 finalizações e nenhuma no alvo.
Seria preocupante mais uma atuação hesitante contra concorrente direto no Brasileiro, sob o comando de Abel. Mas a realidade do futebol aponta a inevitável diferença de foco nas competições, ainda mais com a maratona de jogos que se aproxima. Na quarta certamente será outro Palmeiras, bem mais intenso, na Copa do Brasil.
Assim como o Internacional parece se reerguer dos escombros da hecatombe da saída de Eduardo Coudet e chegada de Abel Braga. Eliminações no mata-mata, mas já são quatro jogos de invencibilidade e a chegada ao G-4, importante para o planejamento da próxima temporada.
Talvez com Miguel Ángel Ramírez no comando técnico, certamente sem Andrés D'Alessandro, um símbolo do clube que entrou e jogou poucos minutos para se despedir e receber todas as mais que merecidas homenagens em um Beira-Rio que deveria estar lotado para reverenciar um ídolo. As circunstâncias não permitiram, mas não diminuiram a emoção do argentino e de quem ama o futebol.
O Internacional tornou a homenagem completa com grande vitória e boa atuação que apontam um caminho mais tranquilo depois da tormenta.
(Estatísticas: SofaScore)
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