Desafio de Ceni em Flamengo x Palmeiras é não repetir erro "mortal" de Dome
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A vitória por 3 a 0 sobre o Goiás na Serrinha foi fundamental para o Flamengo, depois de somar apenas um ponto em três jogos que eram tratados como sequência para alcançar a liderança - de fato, se somasse sete contra Fortaleza, Fluminense e Ceará hoje estaria com 58, um a mais que o São Paulo.
A parte ruim do triunfo é que faz os torcedores que foram protestar na porta do CT Ninho do Urubu há uma semana atirando ovos e amassando carros de jogadores acreditarem que o time só corre se ameaçado. É claro que atletas que venceram cinco títulos nos últimos 12 meses ficaram "mordidos" e a tendência é buscar soluções e redobrar esforços para reagir na única competição que sobrou na temporada. Mas não voltaram a vencer por causa do imperdoável assédio no local de trabalho.
O Flamengo foi mais intenso em Goiânia, isso é inegável. Mesmo com a chuva forte no primeiro tempo. Tanto na pressão pós-perda quanto na circulação da bola. Aproveitando a desorganização do Goiás com três zagueiros e apostando tudo em bolas longas ou altas para a dupla Fernandão-Rafael Moura no ataque.
Diego Ribas entrou muito bem na vaga do suspenso Gérson e o quarteto ofensivo demonstrou mais mobilidade, com Gabigol em vários momentos procurando o lado esquerdo, alternando com Bruno Henrique, e Arrascaeta circulando por todos os setores para articular e também finalizar, como no gol que abriu o placar.
Mas o time rubro-negro ainda tem momentos de afobação, dispersão e é impressionante como Gabigol entra em impedimento na hora de finalizar. Por pura ansiedade e também pelo hábito de olhar para o companheiro com a bola e não para o seu posicionamento em relação aos defensores no momento de receber o passe. Novamente teve gols anulados por posição irregular. Dois.
Só não desperdiçou a chance generosa cedida por Bruno Henrique, que aproveitou a falha do zagueiro Fábio Sanches, que escorregou. Assim como Pedro, que entrou na vaga do camisa nove, não errou depois do vacilo na saída de bola do Goiás e marcou o terceiro gol sobre Tadeu no campeonato.
3 a 0 e volta ao G-4, jogo contra o Palmeiras na quinta. No Mané Garrincha, já que o Maracanã está disponível para os protocolos da Conmebol visando a final da Libertadores, no dia 30. A partida vira uma incógnita em relação à postura do time paulista. Virá com tudo depois dos 4 a 0 sobre o Corinthians no dérbi, inclusive repetindo a formação titular da goleada? Ou Abel Ferreira vai priorizar o descanso dos mais desgastados pensando nas decisões do mata-mata?
Seja como for, o elenco homogêneo do Alviverde deve proporcionar ao treinador português a chance de colocar em campo um time competitivo. Que quase sempre fica mais confortável quando os adversários cedem espaços para acelerar. O Corinthians foi generoso neste aspecto.
Assim como Domènec Torrent em sua última partida no comando do Flamengo: 4 a 0 impostos pelo Atlético Mineiro na 20ª rodada. Mesmo com muitos problemas defensivos e confiança em baixa, o treinador catalão botou o time no ataque no Mineirão e deu tudo que necessitava a equipe de Jorge Sampaoli, que vivia uma crise e não vencia há quatro partidas: campo para o contra-ataque. Um erro "mortal". Foi goleado e demitido.
Rogério Ceni não corre risco de ser dispensado, ao menos por agora. E não ter sofrido gols na Serrinha foi importante. O risco, porém, é o mesmo. Se adiantar demais as linhas terá que trabalhar com precisão a pressão logo após a perda da bola. Ou acelerar a transição defensiva, sustentando bem a última linha. Insistir com o lento Gustavo Henrique, que foi até bem contra as "torres gêmeas" do Goiás, também será um equívoco - o mesmo de Dome contra o Galo em novembro.
No rigor dos números dentro do contexto do Brasileiro, o Flamengo está um ponto na frente do Palmeiras, com os mesmos 29 jogos. O empate em casa não seria exatamente um bom resultado, mas também não simbolizaria uma catástrofe. É momento de buscar o equilíbrio: nem cautela excessiva, nem estratégia suicida em nome de uma proposta ofensiva.
É uma decisão dentro da competição por pontos corridos, na 31ª rodada que ainda tem Grêmio x Atlético-MG e São Paulo x Internacional. Vitória do tricolor gaúcho em casa e um empate no Morumbi não são resultados impossíveis. Neste cenário hipotético, uma vitória rubro-negra alçaria o atual campeão a 55 pontos, na terceira colocação e a três pontos do líder.
Mais que isso, seria uma prova de força, depois de tantos resultados negativos contra concorrentes diretos, e também daria confiança para sequência complicada fora de casa, encarando Athletico, Grêmio (jogo adiado da 23ª rodada) e Sport. Para voltar ao Rio de Janeiro ainda vivo em campeonato tão imprevisível.
Ceni terá sua prova de fogo na quinta. Não convém dar armas ao grande rival nacional dos últimos anos.
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