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Palmeiras é o time com menos tempo para "virar chave" Libertadores-Mundial
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O Palmeiras será o time com menos tempo entre o título da Libertadores e a estreia no Mundial de Clubes. Apenas oito dias separando a festa no Maracanã depois da vitória sobre o Santos na decisão e a semifinal contra Tigres ou Ulsan Hyundai no Qatar.
Em 2018, por conta do adiamento da partida de volta contra o Boca Juniors causado pelo ataque ao ônibus do time xeneize na chegada ao Estádio Monumental de Nuñez, o River Plate venceu a Libertadores no Santiago Bernabéu no dia 9 de dezembro e estreou no Mundial no dia 18. Acabou eliminado nos pênaltis pelo Al Ain, dos Emirados Árabes.
Além do pouco tempo de preparação, o time argentino pagou também por um certo relaxamento depois da descarga de ansiedade e tensão em final histórica contra o maior rival. Vencer um paulista certamente teve um gosto especial para os palmeirenses, porém o título inédito do Mundial - ao contrário do River, que ganhou em 1986 - carrega um peso maior.
Por isso a obsessão deve servir para canalizar bem a energia do time de Abel Ferreira. Enfrentando um calendário ainda mais insano pelo mérito de chegar ao final de todas as competições que disputou na temporada. Campeão paulista, da Libertadores, finalista da Copa do Brasil e completando com os 38 jogos do Brasileiro por pontos corridos. Será um total de 77 partidas.
Mas o Alviverde não espera que o último no Qatar seja a disputa pelo terceiro lugar. Para confirmar o favoritismo natural do campeão sul-americano é preciso administrar a tensão e a responsabilidade. Em 2010, o Internacional caiu para o Mazembe. Três anos depois, o Atlético Mineiro caiu diante do Raja Casablanca. Em 2016, o Atlético Nacional levou 3 a 0 do Kashima Antlers e o River foi o último eliminado, em 2018. Quatro nas últimas dez edições.
E os que conseguiram chegar à final sempre tiveram problemas com esse contexto complexo do torneio. Entram com a obrigação de vencer a semifinal para depois enfrentar o campeão europeu, que nunca ficou fora da decisão, como "zebra", sem maiores responsabilidades. Estreias são sempre tensas e ainda há o período de adaptação ao país-sede. Neste caso, com um fuso horário de seis horas.
Não é fácil, mas o Palmeiras pode cumprir bem o seu papel com a marca da equipe de Abel Ferreira: a capacidade de se adaptar aos mais diferentes cenários. A estratégia de começar com pressão e intensidade máxima para abrir logo o placar e depois recuar as linhas e aproveitar os espaços cedidos pelo adversário com passes longos para Rony e Luiz Adriano pode funcionar bem.
Os titulares vêm encarando uma sequência mais leve desde que o clube definiu as competições de mata-mata como prioridade e utilizou os reservas contra Ceará, Vasco e Botafogo no Brasileiro. Foram nove dias entre a derrota para o Flamengo e a final da Libertadores e agora mais sete. É claro que há o desgaste da longa viagem para Doha, mas diante da rotina frenética de jogar a cada três dias, os atletas ganharam um bom e raro respiro.
A agenda apertada dentro da temporada atípica acabou sendo benéfica pela chance de adiar a decisão da Copa do Brasil. Em um calendário normal, de fevereiro a dezembro, a final do mata-mata nacional já teria sido jogada e seria mais um peso nas pernas e na mente dos jogadores. Agora o Palmeiras poderá enfrentar o Grêmio sem a tensão de garantir vaga na próxima Libertadores, já que está garantido como o atual campeão.
Abel Ferreira tem trabalhado bem o aspecto mental dos seus comandados. Com exceção da "pane" no Allianz Parque contra o River Plate, o time é concentrado e erra pouco em jogos decisivos. Agora vai precisar de calma e atenção na semifinal e, se passar, encarnar a superação total em um duelo Davi x Golias na decisão contra o Bayern de Munique.
O Palmeiras está a dois passos de calar definitivamente os rivais. Missão complicada pela necessidade de "virar a chave" Libertadores-Mundial tão rapidamente. Mas se conseguir fechará um ciclo único entre os brasileiros. Vale qualquer sacrifício.
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