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Sem complicar, Fluminense é mais confiável que Galo e São Paulo para o G4
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Jorge Sampaoli deixou os laterais Guga e Mariano no banco e iniciou o jogo contra o Goiás, na Serrinha, com Gabriel, um terceiro zagueiro para duelar com o solitário Fernandão no 5-4-1 esmeraldino montado pelo técnico Glauber Ramos.
A ideia era fazer o Atlético Mineiro atacar num 3-3-1-3, com Savarino e Vargas abertos pelas pontas e Sasha e Hyoran buscando os espaços entrelinhas, contando com o apoio de Alan Franco, Allan e Guilherme Arana. Deu certo na bola invertida da esquerda que Savarino completou para as redes, mas um impedimento milimétrico anulou o gol e evitou que o jogo descomplicasse para o Galo.
Só que Sampaoli não vem se ajudando muito. O Atlético se instala no campo de ataque, roda a bola, mas cria muito pouco. Ou os pontas vencem nos duelos contra os laterais, ou Arana surpreende na infiltração. Sobra um jogo aleatório, que tem 90% de efetividade nos passes, posse de 78%, 19 finalizações no alvo, duas bolas na trave. Mas nenhuma chance cristalina criada num ataque bem pensado e executado.
O Goiás concluiu três vezes, uma na direção da meta de Everson. Nas redes, com Índio completando cruzamento da esquerda após cobrança de lateral. Sem um defensor de ofício para bloquear a assistência que ajudou a definir a partida. Sampaoli mandou a campo Mariano, Jair, Nathan, Diego Tardelli e Marrony no segundo tempo. Banco recheado, mas altera pouco o modelo engessado e o desempenho só piora com o desespero.
Difícil funcionar, impossível confiar. Mesmo com tabela, em tese, mais acessível que as de Internacional e Flamengo. A cada rodada, o Galo parece mais perdido e a movimentação intensa no mercado, com a chegada de Hulk, provavelmente de Ignácio Fernández, do River Plate, e outros nomes especulados, sinaliza que o clube já pensa na próxima temporada. Talvez sem Sampaoli...
Uma incógnita, assim como o São Paulo que demitiu Fernando Diniz e parece ainda mais sem rumo. Trabalho implodido na virada do ano com a eliminação na Copa do Brasil para o Grêmio, sem criar nada no Morumbi, mais a mudança na diretoria com a eleição e a explosão de Diniz com Tchê Tchê na derrota para o Bragantino que deixou sequelas irrecuperáveis. Uma queda impressionante, mesmo para um clube em constante ebulição que sofre com os oito anos sem títulos.
É claro que o Brasileiro 2020 tem espaço até para uma improvável reação com o interino Marcos Vizolli na base da mobilização e de um certo relaxamento da equipe, que parecia a virtual campeã e agora dá a impressão que tem como única meta se garantir no G4.
Mas há uma ameaça: o Fluminense de Marcão. Auxiliar permanente, interino efetivado que, fazendo o simples e mantendo o que havia de bom no trabalho de Odair Hellmann, recoloca o time com força na briga por G4. Em Salvador, mais uma vitória. Sobre o Bahia, gol de Luiz Henrique. Jovem meia, canhoto, aberto pela direita no 4-2-3-1 que dá liberdade a Nenê e Fred. Dando confiança a garotos como Calegari, Martinelli e o próprio Luiz Henrique.
Cada um em sua função, e Marcos Felipe demonstrando ser o goleiro mais confiável do elenco. Salvou o time no final da partida na Fonte Nova. O Bahia teve 54% de posse e finalizou 12 vezes, uma a menos que o Flu. Seis no alvo para cada lado. Os cariocas foram mais eficientes.
Em um campeonato maluco, vencer os jogos contra os adversários mais frágeis é virtude. O Fluminense sobe para 56 pontos e fica a dois do São Paulo, que tem um jogo a menos pelo adiamento do clássico com o Palmeiras que já está em Doha. A quatro pontos do Galo, adversário da próxima rodada, no Maracanã.
A essa altura, parece o time mais confíável para alcançar uma outrora improvável vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Simplesmente por não inventar ou criar problemas para si. Um mérito neste cenário caótico.
(Estatísticas: SofaScore)
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