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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras eliminado por falta de repertório. Gignac foi o "carrasco"

Gignac comemora gol do Tigres contra o Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes - Fadi El Assaad - FIFA/FIFA via Getty Images
Gignac comemora gol do Tigres contra o Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes Imagem: Fadi El Assaad - FIFA/FIFA via Getty Images

Colunista do UOL Esporte

07/02/2021 17h35

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Como esperado, o Tigres entrou mais relaxado depois da tensão e da adaptação ao torneio no Qatar nas quartas de final, incluindo o fuso horário. Em contraste ao Palmeiras, que sofreu no primeiro tempo com os próprios nervos. Mas, principalmente, pela falta de repertório. Acreditando em organização defensiva e bolas longas para Rony buscando as infiltrações na diagonal.

O time mexicano comandado pelo brasileiro Tuca Ferretti apostou na técnica para acelerar e desacelerar o jogo, no ritmo do experiente Rafael Carioca. Usando as bolas longas para Carlos González que atuou mais na referência, e Gignac circulando do centro para a esquerda. A "chave" para fortalecer o meio na execução do 4-4-2 era o colombiano Quiñonez invertendo o lado e saindo da ponta para dentro, circulando às costas de Danilo e Zé Rafael.

Mas foi no jogo aéreo que o Tigres se impôs e só não foi às redes ainda no primeiro tempo pelas grandes defesas de Weverton, o melhor palmeirense em campo. Salvando as cabeçadas de González e Gignac e ainda uma bela finalização do francês. Abel tentou ajustar o posicionamento defensivo com o recuo de Gabriel Menino na lateral direita e Marcos Rocha se juntando a Luan e Gustavo Gómez para duelar com a dupla de ataque adversária.

O treinador português, porém, foi infeliz ao não efetuar substituições na volta do intervalo. O Tigres voltou ainda mais intenso, com Quiñonez levando vantagem nos duelos com os marcadores, especialmente contra Marcos Rocha. Mas foi quando González entrou no espaço para receber o passe do lateral Luis Rodríguez que desequilibrou a marcação e Luan teve que apelar e cometer o pênalti convertido por Gignac.

Gol que decidiu a semifinal do Mundial, mesmo com a luta do Palmeiras, que cresceu com Felipe Melo, Patrick de Paula, Gustavo Scarpa, Mayke e Willian. Mas só ameaçando com bolas longas. Um "abafa" aproveitando o cansaço do time mexicano. Tuca Ferretti confiou demais na sua formação inicial e só usou três substituições, a primeira aos 39 minutos do segundo tempo.

Correu riscos de levar o empate em chute de Viña no final, mesmo sendo mais time ao longo de toda partida. Terminou com posse dividida, mas oito finalizações contra sete, quatro a um no alvo. A classificação para a decisão foi justa. Prêmio ao trabalho a longo prazo, de alto investimento, manutenção de base e grandes conquistas. Comandado por Gignac, líder técnico e também na personalidade. O "carrasco" alviverde.

Pela quinta vez desde 2010, o campeão da Libertadores é eliminado antes de enfrentar o gigante europeu na final. Um sinal claro de que é obrigatório ter mais respeito aos concorrentes dos outros continentes e entender o contexto complicado da semifinal.

A sequência pesada de jogos também pesou para o Palmeiras, mas ideias diferentes fizeram falta demais. O que não desmerece as conquistas, nem pode baixar a autoestima para a final da Copa do Brasil contra o Grêmio. A temporada já é histórica e pode terminar com mais uma taça.

(Estatísticas: SofaScore)