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Por que o G-4 é fracasso para o trabalho de Jorge Sampaoli no Atlético-MG
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O Atlético Mineiro foi o 13º colocado no Brasileiro do ano passado. Sexto em 2018, nono no ano anterior. Para ficar em quarto em 2016, depois de ser vice do Corinthians em 2015.
2020 começou com o investimento frustrante em Dudamel. A direção, então, partiu para uma pretensa "bola de segurança". Jorge Sampaoli, que deixou o Santos à espera da saída de Jorge Jesus do Flamengo. Morando no Rio, cansou de aguardar e, na sinalização de que o contrato do português seria renovado, aceitou a proposta do Galo no início de março, pouco antes da pausa forçada pela pandemia.
Campeão mineiro com sobras dentro de um cenário apocalíptico no rival Cruzeiro, o Brasileiro era um horizonte possível. Não só pelo elenco montado - sem grandes estrelas, porém homogêneo em todas as posições. Principalmente pela atenção exclusiva, já que Dudamel deixara um "legado" de eliminações precoces e vexatórias na Copa do Brasil para Afogados e na Sul-Americana caiu diante do Unión Santa Fé.
Sampaoli teria semanas para trabalhar o jogo de posição com as variações táticas que marcam seus times. Dentro da competição, o cenário ficou ainda mais promissor por ter faturado seis pontos em cima do então favorito Flamengo. Incluindo os 4 a 0 no Mineirão que decretaram a demissão do treinador Domènec Torrent. Logo na primeira rodada do returno.
Mas ao invés de evoluir, a equipe foi definhando. Cada vez mais previsível na proposta de se instalar no campo de ataque e criar espaços para infiltrar. Antes dependia demais das jogadas pelas pontas de Savarino e Keno. Faltava um centroavante goleador, que não foi Sasha, nem Vargas. Muito menos Marrony. Tem o segundo ataque mais positivo da competição, com 59 gols. Porém nunca inspirou confiança.
As últimas rodadas pareciam a chance de voltar ao topo da tabela, mas praticamente sepultaram as chances de título com os empates contra Fluminense e Bahia e a derrota para o Goiás. Atuações muito fracas, sem movimentação dos meias entre a defesa e o meio-campo adversários. Nem os dribles de Savarino.
Na ausência do lesionado Keno, a equipe viveu fundamentalmente das jogadas de Guilherme Arana pela esquerda. Lateral, Ala, meia e ponta. Responsável pela assistência para o gol de Sasha no 1 a 1 contra o Bahia. Mas sem talento e tamanho para conduzir o Galo à conquista que não vem desde 1971.
Jorge Sampaoli é o principal responsável. Teve tudo que treinadores precisam e reclamam não dispor no Brasil: tempo e estrutura para trabalhar, pedidos de contratações atendidos. Sim, o surto de Covid-19 certamente atrapalhou e ainda não há informações precisas sobre as sequelas que a doença deixa em atletas profissionais.
Não justifica, porém, a queda vertiginosa de rendimento. Posse de bola inócua, sem profundidade e contundência na frente e agora, talvez por desgaste e também pelo desânimo, uma transição defensiva sem perde-pressiona sufocante que expõe principalmente o lento zagueiro Réver. Inadmissível ceder tantas oportunidades para um Bahia desesperado na luta contra o rebaixamento.
Os problemas parecem extrapolar as quatro linhas, com o treinador argentino minando o relacionamento com jogadores e dirigentes ao reclamar de tudo. Sem contar a resistência para aprender o nosso idioma, depois de dois anos no país. É claro que o elenco não é o melhor da Série A e tem lacunas naturais. Mas era possível tirar mais.
O trabalho de Sampaoli decepciona sob qualquer ótica. Não há desculpa, nem como ver o copo meio cheio pela vaga direta na fase de grupos da Libertadores. No contexto do Galo, só o G-4 é fracasso. Em resultado e desempenho.
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