Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo está mais preparado, mas Palmeiras tem seus trunfos na Supercopa

Cesar Greco / Palmeiras
Imagem: Cesar Greco / Palmeiras

09/04/2021 08h52

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Supercopa do Brasil segue com o local indefinido depois do Tribunal Regional Federal (TRF) determinar o retorno das medidas restritivas no Distrito Federal por conta do agravamento da pandemia, o que inclui a não realização de eventos esportivos.

Se o governo estadual, que recorreu da decisão, não conseguir a permissão para que o jogo aconteça no Estádio Mané Garrincha, a tendência na insanidade que virou o Brasil, incluindo o futebol, é que a partida entre Flamengo e Palmeiras seja realizada em outro estádio do país. Talvez Volta Redonda ou Bacaxá. Até porque a Rede Globo conta com a audiência e o retorno do narrador Galvão Bueno.

Seja como for, a prévia do confronto entre os times mais vencedores do país nos últimos dois anos precisa apontar o tempo maior de preparação dos titulares rubro-negros para esta disputa. O Flamengo parou antes depois da conquista do bi brasileiro, o Palmeiras seguiu para decidir a Copa do Brasil.

As vitórias com os titulares sobre Bangu e Madureira deixaram boa impressão, mesmo considerando as fragilidades dos adversários no Carioca. A equipe de Rogério Ceni voltou mais inteira, intensa, com ataque mais móvel e objetivo. Ainda desperdiçando chances claras e se expondo por conta da proposta ultraofensiva.

Mas proporcionando até momentos de espetáculo, com tabelas, triangulações e movimentos bem coordenados de uma base mantida desde 2019, com as baixas apenas de Rafinha e Pablo Marí.

Everton Ribeiro, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol girando na frente, Diego Ribas e Gerson dando suporte, Isla atacando bem aberto pela direita, Filipe Luís ajudando Willian Arão e Rodrigo Caio na saída de bola e apoiando por dentro. Na meta, a volta de Diego Alves para contribuir na qualidade da circulação da bola.

O Palmeiras optou por descansar titulares e o treinador Abel Ferreira. Os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil deram respaldo para uma pausa mais que justificável depois de um final de temporada intenso, com jogos encavalados.

A volta já com viagem para a Argentina e jogo contra o Defensa y Justicia pela Recopa Sul-Americana. Natural a atuação ruim. Até Abel reconheceu que não foi bem, demorando a fazer as substituições.

Mas venceu e aí está um grande mérito deste time alviverde: a capacidade de ser competitivo em qualquer cenário. Além do elenco homogêneo, que não entrega uma formação titular da qualidade do Flamengo, mas conta com peças que podem mudar o jogo. O técnico português trocou o meio-campo inteiro: saíram Felipe Melo, Zé Rafael e Raphael Veiga, entraram Patrick de Paula, Danilo e Gustavo Scarpa, autor do gol da vitória por 2 a 1.

O primeiro foi de Rony, novamente adaptado como uma referência móvel no ataque dentro da execução do 4-2-3-1 habitual. A velocidade nas transições ofensivas será um trunfo do Palmeiras, que deve adotar estratégia mais cautelosa, esperando no próprio campo, ou aceitando ser empurrado pelo rival, para aproveitar os espaços cedidos.
Se bem executada, é mais confortável no calor de 11 horas da manhã. A intensidade do Flamengo provavelmente não será a mesma e a definição do jogo pode ser empurrada para o segundo tempo, quando o Palmeiras terá mais peças de qualidade para renovar o fôlego. Ceni conta com elenco menos equilibrado e ainda não terá Pedro, em processo final de recuperação da lesão na coxa.

Por isso não há favorito para a primeira partida valendo taça na temporada 2021. Duelo de estilos e propostas bem diferentes. Mais um capítulo da grande rivalidade nacional dos últimos anos.