Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Virada do Manchester City sobre PSG é da convicção no jogo coletivo
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No domingo, o Manchester City conquistou a Copa da Liga Inglesa vencendo o Tottenham em Wembley por 1 a 0. Com Pep Guardiola fazendo apenas duas substituições, a primeira aos 41 minutos do segundo tempo.
Para a ida da semifinal da Liga dos Campeões, poucas mudanças além da troca de goleiro - sai Steffen, volta Ederson. Stones retornou no lugar de Laporte, o autor do gol do título há três dias. Ainda Rodri na vaga de Fernandinho e Bernardo Silva entrando para a saída de Sterling. Só.
Em Paris, o PSG demonstrou muita preparação para o confronto. Fechado em duas linhas de quatro, com Neymar e Mbappé na frente. Acertando na pressão sobre o adversário com a bola a partir da intermediária defensiva e também sendo preciso para fugir do perde-pressiona do time inglês.
O talento da dupla espetacular, mais Di María era a cereja do bolo, assim como a eficiência na bola parada com o gol de Marquinhos. O time de Mauricio Pochettino teve um trabalho completo nos primeiros 45 minutos. Inclusive poderia ter ampliado o placar.
Mas também correu riscos. Porque o City não se desmanchou psicologicamente e teve paciência para assimilar o desconforto e tentar se adaptar, justamente a grande virtude da equipe na temporada. Poderia ter empatado na pressão bem-sucedida que caiu nos pés de Foden, mas faltou contundência. Era bola para colocar nas redes e Keylor Navas nem precisou fazer grande defesa. Um problema crônico, mas também administrável.
Tudo mudou na segunda etapa. O City inverteu o cenário na pressão: começou a sair com mais calma e ajustar a distância para não deixar Neymar, Paredes e Verratti jogar com um mínimo de liberdade. Só Di María conseguia se virar e Mbappé, quando a bola chegou, preocupou demais Stones e Ruben Dias. O time francês claramente sentiu fisicamente a intensidade máxima nos primeiros 45 minutos. Ainda assim, era um jogo de erro zero para os visitantes.
O City bem treinado, entrosado e forte mentalmente foi premiado pela persistência. Rodando a bola, movimentando as peças. Ganhando amplitude pela esquerda com a única substituição: Zinchenko no lugar de João Cancelo. Se faltava um centroavante para colocar a bola para dentro e os pontas Mahrez e Foden não conseguiam infiltrar em diagonal, era preciso não vacilar quando o oponente errasse.
No empate foi mais por sorte. De Bruyne jogou na área e Navas, sempre grande em jogos decisivos de Champions, deixou a bola entrar. No segundo, da virada, a precisão de Mahrez na cobrança de falta para aproveitar o buraco deixado na barreira por Kimpembe e Paredes.
Poderia ter ampliado e encaminhado a classificação para a tão sonhada final depois da expulsão de Gueye por falta duríssima em Gundogan. Mas Guardiola não arriscou nada. Nenhuma substituição. Nada menos que cinco jogadores atuaram por 180 minutos, mais os acréscimos, em duas partidas decisivas.
Incrível virada nas estatísticas, que vai além dos 2 a 1: City subiu a posse de 53% para 57%, a efetividade nos passes de 89% para 92%. Finalizou sete vezes no segundo tempo, chegando a 11. Quatro no alvo, o dobro do primeiro tempo. O PSG finalizou só duas, depois de nove nos primeiros 45 minutos. O time inglês engoliu em todos os aspectos: técnico, tático, físico e mental.
É muita convicção no trabalho coletivo do time que está bem próximo de mais um título de Premier League e nunca pareceu tão perto da decisão continental.
(Estatísticas: UEFA)
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