Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Guardiola cansou de perder Champions. Pragmático, City está na final
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Nos primeiros 45 minutos no Etihad Stadium, o Manchester City teve apenas 44% de posse de bola e nenhuma vergonha de se defender com apenas 25 metros entre o jogador mais adiantado, De Bruyne ou Bernardo Silva, e a última linha de defesa, que, em alguns momentos, chegou a ter seis jogadores: Walker, Stones, Rúben Dias, Zinchenko e mais Fernandinho afundando como mais um zagueiro e um dos pontas, Mahrez ou Foden, voltando até o final.
Também nenhum constrangimento em queimar etapas na construção com o lançamento longo de Ederson procurando Zinchenko, opção de Pep Guardiola para abrir o campo e dar profundidade pela esquerda. Passe do lateral para trás, chute de Kevin De Bruyne que bateu na defesa e sobrou para Mahrez abrir o placar.
Aumentando a vantagem no confronto pela semifinal da Liga dos Campeões, com apenas cinco finalizações, duas no alvo. Uma nas redes. Mas o destaque foi a impressionante concentração defensiva, mesmo com a tensão natural pela proximidade de chegar a uma final inédita que rendeu alguns passes errados.
Também por méritos da pressão de um PSG lutando demais para compensar a ausência do lesionado Mbappé e a presença do nulo Mauro Icardi, totalmente encaixotado entre Stones e Dias. Di María e Neymar tentavam com deslocamentos e jogadas individuais. Mas ficou a impressão de que o time francês não conta com peças de nível próximo das grandes estrelas. E o trabalho de quase cinco meses de Mauricio Pochettino não foi páreo para o de cinco temporadas de um dos melhores e maiores treinadores da história do futebol.
O espetáculo coletivo foi consolidado no segundo tempo, com a mudança de estratégia e da altura da marcação. Para resolver o jogo e o confronto. A pressão obsessiva com linhas adiantadas deixou o time francês tonto, nas cordas. Mas o golpe final veio em novo contragolpe. De almanaque. Foden tabelou com De Bruyne e serviu para Mahrez se consagrar como o artilheiro da semifinal, com três gols.
Foi a senha para o time francês perder a cabeça e o fôlego. Di María foi expulso por agredir Fernandinho fora de campo. Várias entradas duríssimas, como a de Kimpembe sobre Gabriel Jesus, que entrou na vaga de De Bruyne. O jogo ficou tranquilo a ponto de Guardiola homenagear o ídolo Aguero colocando o argentino em campo no final de um jogo simbólico.
City pragmático, versátil, "copeiro". Com defensores comemorando bloqueios e desarmes. Adaptável às demandas de cada partida. Tocando curto, mas jogando longo quando precisa. Ou decidindo na bola parada. Adiantando e recuando linhas de acordo com a necessidade. Sempre compacto, com jogadores muito próximos. Futebol coletivo na essência.
Guardiola cansou de perder Champions com idealismo e "invenções". Manteve a formação das últimas partidas, insistiu para que o time fosse autêntico, fiel ao seu jogo. Venceu.
Agora são 11 vitórias no torneio e apenas um empate contra o Porto. Apenas quatro gols sofridos. Na final, contra Chelsea ou Real Madrid, será o favorito pela bola jogada. Mas em jogo único a certeza é de que o Manchester City vai deixar tudo em campo, com leitura de jogo e muita qualidade. Principalmente no comando técnico que aprendeu com os erros e alcança a maturidade em uma temporada histórica.
(Estatísticas: UEFA)
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