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Corinthians vive dilema por novo técnico: clube gigante, ambições modestas
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Mano Menezes, Tite, Fabio Carille. Esse foi o ciclo virtuoso de treinadores do Corinthians desde 2008.
Rendeu grandes conquistas e uma identidade marcante de futebol. Organização defensiva e eficiência no ataque, jogando com ou sem uma referência na frente. Emerson Sheik decidindo a Libertadores, Paolo Guerrero fazendo o gol da última conquista sul-americana do Mundial de Clubes.
Desde 2015, porém, o clube vem perdendo capacidade de investimento. Por má gestão da receita que sobra do pagamento de dívidas, a maior de todas do estádio em Itaquera. Conseguiu um último respiro em 2017, com Carille e um time que teve encaixe impressionante da reta final do Paulista até o fim do turno do Brasileiro e conseguiu sustentar a campanha até o título.
Tentou mudar de perfil em 2020, com Tiago Nunes. Mas erros de planejamento, como disputar Florida Cup tendo fase preliminar da Libertadores para jogar, e falta de convicção de treinador e diretoria fizeram o trabalho voltar à velha identidade e depois ruir, justamente porque Tiago não estava ali para entregar mais do mesmo.
A aposta caseira em Dyego Coelho não deu certo e veio Vagner Mancini para expor de vez a encruzilhada corintiana. Não era o técnico para mudar a identidade, nem tinha currículo que desse respaldo para comandar um dos maiores e mais populares clubes do país. Mas foi suficiente para cumprir a missão de manter o clube sem sustos na Série A, apesar da capacidade de investimento cada vez menor.
Com as temporadas praticamente emendadas, era loucura mudar o comando técnico. Mancini ficou e pagou pelo fracasso na única chance de título na temporada: o estadual. Afinal, o time vinha de um tricampeonato e o vice no ano passado, com derrota nos pênaltis. Só que a triste realidade para o Corinthians é que o Palmeiras, com Abel Ferreira, abriu um abismo de competência entre os rivais, dentro e fora do campo.
Agora o sofrimento para encontrar um sucessor. Porque o clube é gigante, com pressão e visibilidade só comparadas ao Flamengo, porém as ambições são modestas, proporcionais à grana curta para contratar. Resta olhar para a base, mas a transição não é tão simples. Justamente pelo peso de uma camisa popular e multicampeã.
Renato Gaúcho é caro, Lisca e Guto Ferreira não têm estofo. Sylvinho parece imaturo para a missão. Dorival Júnior monta times ofensivos, fugindo da identidade vencedora que volta a rondar o CT Joaquim Grava. Por um certo saudosismo, mas também pelo medo de se expor e ser humilhado. Um estrangeiro não teria nem tempo para entender esse contexto mais que complexo.
Tite está na seleção, Mano e Carille no "mundo árabe". A quem recorrer? O Corinthians precisa ser certeiro, mas nem sabe qual é o alvo. O sarrafo baixou, mas é difícil não olhar do alto da própria grandeza.
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