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Com volta de Benzema, França pode vencer com espetáculo e repetir 1998/2000
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Karim Benzema jogou sua última partida pela seleção francesa em 2015. Depois nunca mais foi convocado, por envolvimento em um bizarro e inacreditável caso de extorsão por "sextape" de Valbuena, companheiro de seleção.
Tinha 27 anos. De lá para cá, ganhou mais três Ligas dos Campeões pelo Real Madrid e hoje, aos 33, é um atacante maduro e que assume protagonismo no time merengue. Ao lado de Raúl, com 71 gols, é o quarto maior artilheiro da história da Champions, só atrás de Lewandowski (73) e dos inalcançáveis Messi (120) e Cristiano Ronaldo (135).
Agora volta para a disputa da Eurocopa. Em um grupo qualificado e com status de campeão mundial. Com gana de vencer o torneio depois de perder a final em casa para Portugal em 2016.
Com Benzema, Didier Deschamps ganha experiência, qualidade técnica e poder de decisão. Pode manter a ideia do 4-2-3-1 com um meio-campista como meia pela esquerda, como era Matuidi e agora pode ser Rabiot ou Lemar, ou escalar Coman na ponta, completando o quarteto ofensivo com Griezmann, Mbappé e Benzema.
A formação mais cuidadosa da Copa do Mundo dava liberdade a Pogba no meio-campo. Deschamps tentou formar um ataque sem referência com Dembelé, mas depois optou por Giroud, que não foi às redes na Rússia, mas contribuía sem bola ao auxiliar na marcação, no jogo aéreo defensivo e, na frente, usando força e estatura para empurrar a última linha de defesa dos adversários para trás e gerar os espaços para os companheiros mais talentosos.
Agora é possível pensar numa dinâmica ofensiva mais móvel. Com Benzema na referência, mas caindo pelos dois lados ou recuando e deixando o corredor central para as diagonais de Mbappé. É possível vislumbrar belas tabelas e triangulações entre o velho/novo centroavante e os demais atacantes de uma seleção ajustada e entrosada. Com grupo qualificado e homogêneo de 26 jogadores.
A reconhecida capacidade de competir, mas agora também podendo entregar momentos de espetáculo. A França já seria uma das favoritas naturais, agora ganha um acréscimo de peso para tentar repetir a "dobradinha" da Era Zidane: emendar as conquistas da Copa do Mundo e da Eurocopa.
Aconteceu em 1998 e 2000. Repetindo a Alemanha de Franz Beckenbauer e Gerd Muller em 1972/1974 e a Espanha de Xavi e Iniesta, do feito histórico e único de emendar duas Euros (2008 e 2012) com a Copa do Mundo (2010).
A disputa será dura, pelo equilíbrio de forças e também pela mudança que tirou a sede única da fase final. O Grupo F, com Alemanha, Portugal e Hungria, também não será nada fácil.
Mas a França "resgata" um trunfo que parecia improvável e pode ser um fator de desequilíbrio na busca do tricampeonato continental.
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