Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Uma noite vergonhosa do Fluminense em Criciúma
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O primeiro tempo do Fluminense no Estádio Heriberto Hülse foi constrangedor. Não há outra palavra para definir o futebol pobre, lento na circulação de bola, vagaroso também nas transições. Intensidade baixa, pouca mobilidade na frente.
O Criciúma de Paulo Baier respondeu com marcação adiantada, pressão e volume de jogo, muito por conta da superioridade numérica no meio-campo com o 4-3-1-2. Para compensar e não deixar o lateral-esquerdo Hélder sozinho contra Samuel Xavier e Luiz Henrique, o atacante Hygor voltava pela esquerda e deixava Marcão mais à frente.
Roger Machado gritava à beira do campo para o time tocar mais rápido e Luiz Henrique buscar a infiltração pela direita entre o lateral e o zagueiro do adversário. Mas ou não foi treinado, ou faltava interesse em executar o plano, talvez confiando na clara superioridade do time da Série A em um dos confrontos mais desiguais das oitavas da Copa do Brasil.
O gol de Hygor, desviando chute do bom meio-campista Eduardo Biasi, deu justa vantagem ao time catarinense, que no primeiro tempo, com apenas 35% de posse finalizou sete vezes, quatro no alvo. Com todas as limitações de uma equipe da Série C, rebaixada no estadual e que passou por reformulação, buscou muito mais o ataque.
Não era possível o Flu ser mais passivo e sem ideias. Voltou do intervalo mais ligado, tentando movimentar as peças. Com Luiz Henrique aberto pela direita e Samuel Xavier apoiando mais por dentro. Mas o Criciúma voltou com a ideia de controlar o jogo negando espaços. Recuou Felipe Mateus, o "enganche", para fechar o lado esquerdo, repaginando o time com duas linhas de quatro.
Mas uma substituição forçada, com Dudu entrando na vaga de Arilson, lesionado, ainda no primeiro tempo criou uma solução de condução de bola e drible. Em bela jogada do substituto pela direita, o pênalti de Egídio premiou o esforço de Filipe Mateus pela esquerda. Cobrança precisa do camisa dez, deslocando o goleiro Marcos Felipe.
O Fluminense estava a ponto de derreter e colocar em risco a possível recuperação na volta, mas ganhou um pênalti. De Helder em Luccas Claro. Absurda a marcação de Caio Max Vieria, sem consultar o VAR. Não há contato que justifique minimamente a falta dentro da área. Abel Hernández, que entrara na vaga de Fred, converteu. Sem Cazares, que jogara pelo Corinthians no torneio, Roger apostou em Ganso no lugar de Nenê.
O mérito do Criciúma foi não perder a cabeça ao ser tão prejudicado. No final teve a chance do terceiro gol, em rápido contragolpe que Gabriel Henrique, que entrou na vaga de Hygor, chegou atrasado para completar.
O placar de 3 a 1 restabeleceria a justiça no placar. Porque o Fluminense não fez absolutamente nada de produtivo para reagir e buscar o empate. Terminou com 68% de posse, 11 finalizações, três no alvo. Domínio estéril e enganoso.
A rigor, foi uma noite vergonhosa do Fluminense. Mas pela disparidade entre os times é até provável reverter no sábado. Graças a um presente dado pela arbitragem.
(Estatísticas: SofaScore)
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