Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Estourou a bolha! Messi terá que se contentar com salário "terráqueo"

Messi e o presidente do Barcelona, Joan Laporta - Joaquin Corchero / Europa Press Sports via Getty Images
Messi e o presidente do Barcelona, Joan Laporta Imagem: Joaquin Corchero / Europa Press Sports via Getty Images

Colunista do UOL Esporte

06/08/2021 07h42

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Nada mais justo que Lionel Messi recebesse o maior salário do futebol mundial, algo em torno de 90 milhões de euros, incluindo bônus.

O gênio argentino mudou o patamar do Barcelona como marca mundial. Algo que Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e outros tantos fizeram antes, mas não por mais de uma década. Messi construiu uma legião de seguidores do time catalão no mundo inteiro. Pagando por todo tipo de produto ligado ao clube e aditivando as receitas de TV e publicidade.

Mas isso foi no mundo antes da pandemia. Agora o Camp Nou, fonte importantíssima de receitas, está fechado. Para piorar, o Barça andou se enrolando em gestões ruins e negócios malsucedidos. Montou times ainda caros, porém bem mais fracos ao redor de Messi e viu os rendimentos despencarem. Inclusive sem passar das oitavas na última Liga dos Campeões.

Ou seja, estourou a bolha! O anúncio de que não poderá arcar nem com o salário que Messi aceitou reduzir significativamente - cerca de 60% recebendo parcelas depois da aposentadoria, como "embaixador" - é uma espécie de rendição do Barcelona ao cenário atual. Incluindo o fair play financeiro de La Liga.

A notícia surpreendeu o mundo, incluindo PSG e Manchester City. Os dois gigantes bilionários com orçamentos quase ilimitados pelo "doping" de sheiks e califas. Que já conseguiram driblar as regras sem punição, mas não podem extrapolar tanto. Com a notícia de que Messi continuaria na Catalunha, seguiram suas vidas, renovaram contratos, foram ao mercado...Como encaixar essa despesa gigante sem chutar o balde para o mundo todo ver?

Não tem jeito, Messi, aos 34 anos, está em um impasse. Ou se contenta com um salário "terráqueo", ou não joga em alto nível. Fundamental para o seu sonho de tentar pela última vez o título mundial com a Argentina. É o que resta, em meio a tantos recordes e conquistas coletivas e individuais, incluindo o provável sétimo prêmio de melhor do mundo da FIFA.

Este que escreve ainda acredita em uma última reviravolta e a permanência do gênio em sua casa. Se for para ceder tanto, que seja para o Barcelona que o acolheu, apostou em seu talento e criou uma simbiose nunca vista na história do futebol mundial. A fortuna dos bisnetos já está garantida, agora é hora de encerrar essa história de cinema com honra.