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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Com Messi e "dream team", PSG terá que subverter ordem mundial

Lionel Messi durante apresentação no PSG - REUTERS/Yves Herman
Lionel Messi durante apresentação no PSG Imagem: REUTERS/Yves Herman

Colunista do UOL Esporte

11/08/2021 07h30

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Lionel Messi foi parar em Paris. Porque o Fair Play Financeiro parece não valer para clubes de orçamento infinito, maquiado e de procedência duvidosa. No final da temporada 2021/22 a UEFA vai fingir que não viu o PSG enfiar mais 35 milhões de euros em uma folha já altíssima, ainda mais com as contratações recentes. Ou verá, mas não vai punir.

Com a manutenção de Mbappé, Mauricio Pochettino tem o desafio de encaixar o argentino em um ataque que já conta com o prodígio francês, Neymar e Di María. A tendência é um revezamento, ou talvez Di María pague o pato e fique na reserva.

É possível imaginar uma formação com Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Sergio Ramos e Diallo; Paredes, Gueye e Wijnaldum; Mbappé, Messi e Neymar.

Timaço. A questão é que o Paris Saint-Germain já vinha sofrendo defensivamente ao deixar Mbappé e Neymar mais liberados, praticamente sem funções na fase defensiva. Agora Pochettino terá que enfiar justamente o jogador mais genial, mas também o menos intenso em alto nível.

Messi trota em campo, só pressiona os adversários quando dá na telha. É claro que pode e deve compensar quando acelera com bola dominada ou facilita com passes geniais. É o Messi. E tão bem acompanhado, ao contrário do que acontecia recentemente no Barcelona, a chance de fazer estragos na frente é grande.

Provavelmente com Neymar de volta ao lado esquerdo e com mais atribuições defensivas. E Mbappé talvez acabe como o mais sacrificado, por ser o mais jovem. Contribui sem bola e ataca a profundidade explorando a velocidade espantosa.

A questão é que agora a meta "mínima" desse "dream team" é ganhar ao menos uma Champions. A primeira do clube. E os últimos campeões foram agremiações também abastadas e com estrelas, mas que apostaram essencialmente no jogo coletivo. O Bayern de Munique com pressão no campo de ataque e o Chelsea das transições ofensivas velozes e furiosas.

É a nova ordem mundial. Lá no topo só parece haver espaço para quem compete muito forte, não uma versão moderna e futebolística dos "globetrotters". Na história recente vimos o Real Madrid perecer no campo quando dispensou Makelele e contratou David Beckham. Consolidou a marca global, porém só voltou a ser campeão depois que se livrou de algumas estrelas.

Com o jogo cada vez mais coletivo e de luta incessante por espaços reduzidos, o PSG terá o desafio de resgatar a magia. Não na liga francesa, que deve proporcionar os lances mais plásticos em uma disputa desigual, apesar do título do Lille na última temporada.

O problema é encarar o Chelsea de Thomas Tuchel, que não foi ainda mais efetivo na temporada passada porque Timo Werner desperdiçava muitas chances e agora terá ninguém menos que Romero Lukaku, uma máquina cada vez mais forte e azeitada de fazer gols.

Ou o City de Guardiola, com Grealish e a manutenção de uma base forte e dominante na Premier League. Ou o Bayern de Julian Nagelsmann, com suas variações táticas que podem promover uma nova revolução no continente. Ainda o Liverpool de Klopp. Os obstáculos não são muitos, mas podem ser vigorosos.

Por ora fiquemos com o encantamento de imaginar tantos craques juntos. Mesmo com negócios para lá de questionáveis como pano de fundo. O trio MNM pode ser maior que o MSN histórico do Barça. Vejamos na prática como vai funcionar.