Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Com Messi e "dream team", PSG terá que subverter ordem mundial
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Lionel Messi foi parar em Paris. Porque o Fair Play Financeiro parece não valer para clubes de orçamento infinito, maquiado e de procedência duvidosa. No final da temporada 2021/22 a UEFA vai fingir que não viu o PSG enfiar mais 35 milhões de euros em uma folha já altíssima, ainda mais com as contratações recentes. Ou verá, mas não vai punir.
Com a manutenção de Mbappé, Mauricio Pochettino tem o desafio de encaixar o argentino em um ataque que já conta com o prodígio francês, Neymar e Di María. A tendência é um revezamento, ou talvez Di María pague o pato e fique na reserva.
É possível imaginar uma formação com Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Sergio Ramos e Diallo; Paredes, Gueye e Wijnaldum; Mbappé, Messi e Neymar.
Timaço. A questão é que o Paris Saint-Germain já vinha sofrendo defensivamente ao deixar Mbappé e Neymar mais liberados, praticamente sem funções na fase defensiva. Agora Pochettino terá que enfiar justamente o jogador mais genial, mas também o menos intenso em alto nível.
Messi trota em campo, só pressiona os adversários quando dá na telha. É claro que pode e deve compensar quando acelera com bola dominada ou facilita com passes geniais. É o Messi. E tão bem acompanhado, ao contrário do que acontecia recentemente no Barcelona, a chance de fazer estragos na frente é grande.
Provavelmente com Neymar de volta ao lado esquerdo e com mais atribuições defensivas. E Mbappé talvez acabe como o mais sacrificado, por ser o mais jovem. Contribui sem bola e ataca a profundidade explorando a velocidade espantosa.
A questão é que agora a meta "mínima" desse "dream team" é ganhar ao menos uma Champions. A primeira do clube. E os últimos campeões foram agremiações também abastadas e com estrelas, mas que apostaram essencialmente no jogo coletivo. O Bayern de Munique com pressão no campo de ataque e o Chelsea das transições ofensivas velozes e furiosas.
É a nova ordem mundial. Lá no topo só parece haver espaço para quem compete muito forte, não uma versão moderna e futebolística dos "globetrotters". Na história recente vimos o Real Madrid perecer no campo quando dispensou Makelele e contratou David Beckham. Consolidou a marca global, porém só voltou a ser campeão depois que se livrou de algumas estrelas.
Com o jogo cada vez mais coletivo e de luta incessante por espaços reduzidos, o PSG terá o desafio de resgatar a magia. Não na liga francesa, que deve proporcionar os lances mais plásticos em uma disputa desigual, apesar do título do Lille na última temporada.
O problema é encarar o Chelsea de Thomas Tuchel, que não foi ainda mais efetivo na temporada passada porque Timo Werner desperdiçava muitas chances e agora terá ninguém menos que Romero Lukaku, uma máquina cada vez mais forte e azeitada de fazer gols.
Ou o City de Guardiola, com Grealish e a manutenção de uma base forte e dominante na Premier League. Ou o Bayern de Julian Nagelsmann, com suas variações táticas que podem promover uma nova revolução no continente. Ainda o Liverpool de Klopp. Os obstáculos não são muitos, mas podem ser vigorosos.
Por ora fiquemos com o encantamento de imaginar tantos craques juntos. Mesmo com negócios para lá de questionáveis como pano de fundo. O trio MNM pode ser maior que o MSN histórico do Barça. Vejamos na prática como vai funcionar.
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