Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Flamengo goleia e faz história, mas jogo não precisava ser tão maluco
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A goleada por 4 a 1 no Estádio Manuel Ferreira entra para a história como a primeira vitória do Flamengo sobre o Olimpia em Libertadores. Encaminhando a vaga para a semifinal, mantendo a invencibilidade rubro-negra nesta edição e somando mais uma goleada neste início de trabalho de Renato Gaúcho.
No segundo tempo, poderia ter repetido tranquilamente os seis gols que marcou contra o ABC no Maracanã pela Copa do Brasil. Gabigol, Everton Ribeiro e De Arrascaeta perderam chances cristalinas. 15 das 22 finalizações aconteceram na etapa final.
Mas o Flamengo correu riscos desnecessários em um primeiro tempo maluco. Abrindo o placar no belo passe de Gabigol para Bruno Henrique e a assistência deste para Arrascaeta. Mas logo depois o meia uruguaio se envolveu em um lance com o lateral Salazar. Pareceu um movimento involuntário, com a mão do camisa 14 se chocando com o rosto do adversário, que saiu em uma ambulância. Poderia ter recebido o cartão vermelho.
Depois Filipe Luís foi expulso, logo depois de uma reclamação de jogadores e torcida pedindo um toque no braço de Léo Pereira. O árbitro argentino Fernando Rapallini foi chamado pelo VAR. Imaginava-se que um pênalti ou falta seria marcada contra o Flamengo. A surpresa quando a transmissão mostrou que a dúvida era sobre um pênalti sobre Arrascaeta. Marcável, pelo pisão do defensor.
A confirmação de Rapallini descomplicou todo o cenário. A expulsão de Filipe Luís, posterior à falta na área do Olimpia, foi cancelada e Gabigol converteu com a frieza habitual. O que seria um drama virou 2 a 0. Ainda assim, uma falha de Léo Pereira, perdido sem marcar ninguém, deixou Isla sozinho com dois adversários e o lateral esquerdo Ivan Torres diminuiu a vantagem.
Ou seja, 45 minutos insanos e aleatórios. Mesmo considerando a presença de público e a grandeza do Olimpia, uma equipe técnica e experiente como a rubro-negra não pode perder o controle diante de um oponente tão inferior.
O Olimpia apostou o tempo todo em um jogo físico, forçando o ataque pelo lado direito, com Otálvaro, o substituto de Salazar, e Derlis González. Cruzando para o veterano Roque Santa Cruz e González, a dupla de atacantes no 4-4-2 armado por Sergio Orteman. Mas a lentidão na transição defensiva e o atraso do zagueiro Salcedo na cobertura contra Bruno Henrique era trágica.
No chute errado do camisa 27, Gabigol conferiu os 3 a 1 no início do segundo tempo e fez o Olimpia baixar a guarda. Ainda assim, finalizou seis vezes e criou alguns problemas com um jogo baseado em cruzamentos - foram 29 no total. Gustavo Henrique e Léo Pereira ganharam a maioria dos 25 duelos aéreos vencidos pelo Fla.
Mas uma disputa que deveria ser tranquila ficou tensa por uma combinação que complicou o Fla tantas vezes: chances claras desperdiçadas e falhas defensivas. O jogo ganhou ares de pelada, ficou perigoso. Renato Gaúcho acertou ao trocar os laterais, já punidos com amarelo e jogando mal. Matheuzinho e Ramon entraram bem, assim como Vitinho e Thiago Maia, os substitutos de Arrascaeta e Diego.
Belo passe de Maia, Gabigol entrou em posição legal e rolou para Vitinho ir às redes e confirmar os 4 a 1. Com o trio ofensivo histórico como protagonistas novamente. Importante pela possibilidade de escrever uma história vencedora na casa de times campeões. Venceu Vélez e LDU, agora o Olimpia. Sem contar o Defensa y Justicia, atual campeão da Sul-Americana.
Algo impensável antes de 2019. Quando os vexames neste século eram frequentes no torneio continental. Só que o Flamengo subiu muito de patamar desde então, sendo considerado o time mais talentoso da América do Sul. Em confrontos desiguais é preciso se impor, não só no placar.
Um apito "caseiro" em Assunção e o cenário ficaria muito complicado. Desnecessário pelo abismo técnico. Uma lição para a sequência da temporada.
(Estatísticas: SofaScore)
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