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Rocha: É esse o Neymar que o PSG espera que corra pelo Messi?
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A seleção brasileira jogou mal contra o Chile. Natural pelas ausências "inglesas" e o gramado complicado em Santiago. O problema é que a análise sobre a equipe de Tite perdeu contexto.
Porque sobra nas eliminatórias, fazendo história com as inéditas sete vitórias consecutivas, mas a percepção é de que não passa de obrigação.
Como um time vencendo a Libertadores, mas só convencendo se ganhar o Mundial de Clubes - embora, em tese, o correspondente no universo de seleções seja a Copa América, que o Brasil fez questão de perder em casa para a Argentina, o que só aumenta a insatisfação.
Tite errou ao sacrificar demais, em diferentes momentos da partida, Vinicius Júnior, Gabigol e, principalmente, Lucas Paquetá para continuar dando liberdade total a um Neymar visivelmente fora de forma.
Perdendo dois gols feitos, o primeiro isolando assistência de Gabi, o segundo finalizando, livre, em cima de Bravo e Everton Ribeiro completando para as redes o rebote, definindo a vitória por 1 a 0.
Sofrida também pela boa atuação do adversário. Raridade no cenário atual, talvez motivada pelos protestos contra arbitragem no duelo pela Copa América. Especialmente de Vidal, o melhor dos donos da casa.
Mas Isla e Mena, os inesgotáveis alas chilenos, também deram trabalho, prendendo ainda mais Danilo e Alex Sandro atrás e fazendo atacantes voltarem para, em vários momentos, formar uma linha sustentada de cinco jogadores.
Porque Neymar não pode, não quer e Tite nem espera que trabalhe sem bola. E aí precisamos retornar ao universo dos clubes para uma observação sobre o craque brasileiro:
É esse camisa dez que o Paris Saint-Germain espera que se sacrifique na ponta esquerda para Messi ter liberdade para se aproximar de Mbappé?
Na vitória por 2 a 0 fora de casa sobre o Reims, as redes sociais explodiram quando Mauricio Pochettino enfim colocou o gênio argentino em campo, mas tirou Neymar. Impedindo que o fã de futebol testemunhasse a reunião do tão sonhado trio ofensivo.
Foi um anticlímax, mas muito mais de brasileiros. Aliás, o universo de torcedores que consideram que Neymar ainda tem relevância no cenário mundial vai cada dia ficando mais restrito aos "compatriotas".
Na prática, Pochettino só poderia mesmo manter um nível razoável de competitividade tirando um jogador claramente acima do peso, que não parece ter cuidado minimamente da dieta nas férias e já chegando aos 30 anos, para dar liberdade aos verdadeiros protagonistas do PSG. Especialmente Mbappé, veloz e intenso, mesmo com a cabeça no Real Madrid, a ponto de marcar os gols da vitória.
Neymar fez força para que o clube em que joga contratasse o amigo Messi. Mas para isso terá que mudar sua maneira de atuar, voltando a ser um ponta que fecha a segunda linha de quatro.
Justamente a função que exerceu na última temporada pelo Barcelona, em 2016/17. Para trocar de clube atrás de protagonismo. Virou o "Messi" do PSG na zona de atuação, mas não no brilho, nem nas conquistas.
No clube vai perder liberdade, ou a titularidade absoluta, se Pochettino tiver coragem e respaldo. Mas na seleção seguirá jogando como bem entende. E Tite vai fazer todo tipo de contorcionismo tático e de gestão de vestiário para agradar sua estrela mimada.
Capaz de mentir descaradamente nas redes sociais sobre a forma física, lembrando Ronaldo passando vergonha em 2006 para disfarçar o sobrepeso. Também destratar na saída de campo um segurança da CBF que só estava cumprindo a obrigação de protegê-lo.
Triste sinal de decadência geral de um enorme talento. Resta uma pequena esperança de despertar e redenção. Quem sabe com um banquinho em Paris vendo Messi e Mbappé em campo?
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