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Rocha: Novo Corinthians precisa de tempo. Juventude é o melhor gaúcho
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O Corinthians não teve exatamente a longa pausa que outras equipes ainda estão vivendo nesta data FIFA mais longa. Sylvinho teve dez dias de preparação entre a vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre e o jogo contra o Juventude em Itaquera, três a mais do que o time costuma trabalhar semanalmente, já que no momento disputa apenas o Brasileiro.
Roger Guedes estreou, Renato Augusto começou jogando pela primeira vez neste retorno. Ambos formando o setor esquerdo com Fabio Santos, dentro do 4-1-4-1. Um ponta, outro meia. Natural o desentrosamento, o que inclui a falta de sincronia de movimentos. Assim como o ritmo alto de competição.
Marquinhos Santos faz bom trabalho no Juventude. Time bem armado, com variações. Mesmo sem Michel e Matheus Jesus, que ainda pertencem ao Corinthians e, por contrato, não poderiam entrar em campo - o volante estava suspenso, também. Sabe o campeonato que disputa, valoriza cada ponto conquistado e compete forte na maioria dos jogos de Série A.
Sabendo das dificuldades naturais do adversário para inserir jogadores no meio da competição, mesmo que seja qualificando o elenco, Marquinhos preparou uma armadilha para o time da casa: no 4-2-3-1, Wagner era o ponta articulador canhoto pela direita. Alterando em muitos momentos com Guilherme Castillo, ambos circulando nas costas de Renato Augusto e sobrecarregando Gabriel, o volante solitário do Corinthians.
Também abriam o corredor para Paulo Henrique, o substituto de Michel para bater direto com Fabio Santos. Suportado pelo zagueiro colombiano Quintero, que abria e entregava um passe vertical para o lateral. Do lado oposto, Wiliam Matheus ficava mais preso para conter Mosquito, a opção de velocidade com intensidade alta.
Encaixotado, o Corinthians criou pouco e não conseguiu ostentar sequer uma maior posse de bola no intervalo. Apenas 47%, quatro finalizações contra cinco, uma a quatro no alvo. A mais bem-sucedida nos 45 minutos iniciais tinha que ser do Juventude. Em ataque pela direita, assistência de Paulo Henrique e gol de cabeça de Ricardo Bueno.
O time gaúcho trabalhou para controlar a segunda etapa ficando com a bola e negando espaços ao oponente. Mas perdeu a posse com a saída de Wagner para a entrada de Sorriso, mais ponteiro e que acabou tirando um pouco o espaço para Paulo Henrique. Cedeu campo e a bola.
Mas o Corinthians nem melhorou tanto com as substituições. Luan, mais uma vez, pouco acrescentou na vaga de Renato Augusto. Gabriel Pereira, canhoto, entrou no lugar de Mosquito e procurou mais os espaços por dentro, para que Fagner apoiasse mais. Subiu a posse para 59% e finalizou 11 vezes, porém só duas no alvo.
Empatou na bela cobrança de falta de Roger Guedes, marcando uma estreia sem brilho constante, mas com luta do primeiro ao último minuto. Foi quem mais tentou do setor ofensivo. Finalizou quatro vezes, acertou três dribles em quatro tentativas e ganhou nove de 16 duelos. Ainda sofreu seis faltas. Poderá ser muito útil com a sequência de jogos.
Willian assistiu ao jogo na Neo Química Arena. Tendência é entrar pela direita na linha de quatro atrás de Jô. Outro encaixe que não será simples. Mas não deixa de ser importante para Sylvinho ganhar opções de qualidade e experiência. A torcida está ansiosa para ter as expectativas correspondidas, só que futebol profissional não é videogame. As novidades precisam de minutos, de treinos e jogos.
Requer tempo. Justamente o que Marquinhos Santos tem mais que os demais treinadores no Rio Grande do Sul. Não por acaso, realiza o melhor trabalho, mesmo que esteja abaixo do Internacional na tabela por conta do saldo de gols - o Colorado tem um jogo a menos. Time que sabe o que quer e é capaz de se adaptar ao contexto da partida.
Poderia ter vencido no último minuto, com outra cabeçada de Ricardo Bueno. Cássio foi salvo pelo travessão. Foram 12 finalizações, sete no alvo. Tem direito de lamentar os dois pontos perdidos fora de casa porque jogou melhor em Itaquera.
(Estatísticas: SofaScore)
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