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Rocha: Cuca e Abel anulam forças de novo. Melhor para o Galo
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Foi difícil entender a escalação do Palmeiras. Wesley no banco, Rony e Dudu pelos lados, formando sem bola a segunda linha com Felipe Melo e Zé Rafael. Mais adiantados, Raphael Veiga, o meia central do 4-2-3-1, e Luiz Adriano, a referência na frente.
Compreensível se a intenção fosse trabalhar a bola no campo de ataque. Mas a estratégia de Abel Ferreira desde o início do jogo no Allianz Parque era muito clara: "cozinhar" a ida, sem levar o gol "qualificado", e empurrar a decisão para a volta em Belo Horizonte. Se achasse um golzinho, melhor ainda.
Um pouco arriscado, até pela certeza da presença de público no Mineirão. Incrível o atual campeão da Libertadores aceitar tamanha desvantagem na atmosfera. Ainda mais depois de ver o River Plate ser engolido nas quartas. Poderia ter lutado junto às autoridades de São Paulo ou tentado transferir para Brasília, por exemplo.
A menos que o treinador português vislumbre a chance de mobilizar seus comandados no discurso "contra tudo e contra todos" e espere a torcida empurrando o Galo para frente mais que o recomendável para surpreender nos contragolpes.
O Atlético ao menos tentou jogar. Com Cuca pela primeira vez reunindo Zaracho, Nacho, Hulk e Diego Costa desde o início. A solução tática foi um 4-2-2-2 que tentava criar espaços com mobilidade do quarteto e abrir o campo com os laterais Mariano e Guilherme Arana.
Mas o movimento que complicou a defesa alviverde foi de Jair, o volante que saía mais para o jogo. Infiltrou pela direita, às costas de Piquerez, e cruzou para Diego Costa sofrer pênalti de Gustavo Gómez, que pareceu menos seguro atuando pela direita da zaga, invertendo com Luan.
Hulk carimbou a trave. No segundo tempo, um chute forte do atacante em cobrança de falta. Foram as duas chances mais claras do jogo. Galo com 59% de posse e 11 finalizações, nenhuma no alvo. Decepcionante, mesmo contra o "ferrolho" do adversário.
Palmeiras concluiu uma na direção da meta de Everson, em um total de quatro. A chance de Abel é que o plano dê muito certo no Mineirão, porque senão terá muito a explicar. De novo. Os títulos da temporada estão na história e são créditos, sem dúvida. Mas não significam um salvo-conduto eterno.
Dudu saiu revoltado ao ser substituído. A última ação do camisa 43 no jogo foi cortar cruzamento na área do Palmeiras. Nenhum problema se for parte da função sem bola, mas com um plano coletivo de explorar o melhor do mais talentoso do time. Não foi o caso. Sempre muito recuado, longe da zona de decisão. Um enorme desperdício.
No apito final, a impressão de que Cuca e Abel Ferreira anulam forças quando se encontram na Libertadores. Foi assim na decisão de nível técnico indigente no ano passado, mas até compreensível pelo contexto de tensão, calor, jogo único...Agora se repete em um "espetáculo" frustrante. Com momentos sofríveis, uma agressão às retinas.
Melhor para o Galo, pelas circunstâncias - inclusive a lesão de Diego Costa, que pode tirar o atacante do duelo decisivo. Mais um jogo sem sofrer gols, sem ser derrotado como visitante e com enormes chances de se impor em casa, junto com sua massa.
Que seja uma disputa bem diferente no Mineirão. Se as torcidas dos times envolvidos só se importam com o resultado, quem parou para assistir sentiu que perdeu quase duas horas de vida por muito pouco, quase nenhum entretenimento de qualidade de dois dos elencos mais valiosos do país e do continente.
(Estatísticas: SofaScore)
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