Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Corinthians cresce com o "luxo" de ter Jô como opção no banco

Jô, atacante do Corinthians, comemora após ter seu gol validado pelo VAR -  Ettore Chiereguini/AGIF
Jô, atacante do Corinthians, comemora após ter seu gol validado pelo VAR Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL Esporte

06/10/2021 06h37

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Corinthians se impôs desde o início na Neo Química Arena, com torcida pela primeira vez - e as aglomerações e desrespeitos ao protocolo sanitário de sempre, em todo Brasil.

A formação com Cantillo iniciando a saída de bola e o quinteto ofensivo com qualidade e gerando muito jogo instala naturalmente a equipe de Sylvinho no campo de ataque, trabalhando a bola para criar espaços.

Vacilou atrás no pênalti tolo de Lucas Piton, que entrou em campo depois de três meses para dar um descanso a Fabio Santos. Gilberto sofreu a falta dentro da área e converteu a cobrança, dando ao Bahia uma vantagem inesperada. O time do argentino Diego Dabove negava espaços e tentava fazer a transição ofensiva esticando bolas para o pivô do camisa nove.

Para abrir o campo, Sylvinho acertou ao inverter os ponteiros Willian e Gabriel Pereira. O destro à direita e o canhoto pela esquerda. Assim Willian achou Giuliano na área, que chutou e Lucas Araújo desviou com o braço. Empate na cobrança de pênalti precisa de Roger Guedes no final do primeiro tempo e a perspectiva de ainda mais domínio na segunda etapa, com a vantagem numérica.

Tudo ficou mais fácil com o gol de cabeça de Cantillo, logo aos seis minutos, completando cobrança de falta de Fágner pela direita. Jô já estava em campo, na vaga de Willian, poupado por desgaste físico. Roger Guedes saiu da referência móvel na frente e foi para o setor esquerdo.

Gabriel Pereira voltou para o lado direito e foi o melhor em campo. O jovem atacante criou as melhores jogadas, sempre cortando para dentro com o pé esquerdo. Venceu 11 de 17 duelos, completou seis dos sete dribles que tentou e finalizou três vezes. Em uma das conclusões, o goleiro Mateus Claus deu rebote e Jô conferiu, com o VAR confirmando a posição legal, para fechar os 3 a 1.

O centroavante marcou seu 28º oitavo gol em Itaquera e supera Ángel Romero como maior artilheiro do estádio. Também é o principal goleador da equipe no Brasileiro, com seis. A boa notícia é que o time antes dependia do centroavante veterano, que já não entrega o desempenho de outros tempos, como na campanha do título de 2017. Agora o camisa 77 é uma ótima opção.

Eis uma das vantagens do clube ter buscado qualificar o elenco, mesmo com as conhecidas dificuldades financeiras. Além de Jô, entraram Gabriel, Luan, Adson e Gustavo Mosquito. Quase todos titulares e importantes antes das contratações. No atual contexto, até Luan pode evoluir, já que não tem mais a responsabilidade de ser a referência técnica do meio-campo.

O G-4 já é uma realidade, ainda que não termine a 24ª rodada na quarta posição de momento. A volta da torcida na vitória é Itaquera é parte do círculo virtuoso que o Corinthians começa a construir para voltar a brigar na parte de cima da tabela.

Com Jô como elemento importante, porém não mais essencial. Um "luxo" para Sylvinho.