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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Pânico, sorte e eficiência. Galo encaminha título com marca de Cuca

Cuca mostra dedo machucado após comemorar segundo gol do Atlético-MG contra o Grêmio - Reprodução/Premiere
Cuca mostra dedo machucado após comemorar segundo gol do Atlético-MG contra o Grêmio Imagem: Reprodução/Premiere

Colunista do UOL Esporte

03/11/2021 23h17

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Mineirão cheio, recorde de público no Brasileiro. Clima de confiança, mesmo com a derrota para o Flamengo no sábado. Vantagem excelente, agora mais palpável com o time carioca empatando a primeira partida adiada. Além do foco absoluto, a certeza de que, a partir de agora, os dois principais concorrentes só vão pensar na final da Libertadores.

Ainda assim, o Atlético começou o jogo contra o Grêmio em pânico. Afobado com Zaracho cabeceando por cima o cruzamento de Hulk, mais móvel no ataque com a presença de Diego Costa na referência. Depois catatônico, inerte vendo Borja marcar em impedimento, depois perder chance clara e, em seguida, finalizar no travessão de Everson.

O Grêmio era mais organizado, no 4-3-3/4-1-4-1 que tinha Douglas Costa e Ferreira nas pontas. Só tinha problemas na construção de trás, pela incapacidade do volante Thiago Santos contribuir com um passe qualificado que faça a equipe avançar. E ainda cedeu espaços por dentro para o primeiro ataque com bola no chão, assistência de Diego Costa e gol de Zaracho.

Tudo que o Galo precisava. Aquele gol que mostra que tudo pode dar muito certo e impacta no adversário, lutando contra o rebaixamento, como se todo esforço fosse inútil. Ainda assim, o time gaúcho, comandado por Vagner Mancini, buscou o empate com Campaz na vaga de Villasanti, substituição realizada ainda antes do intervalo.

O time de Cuca tentava cadenciar, no ritmo de Nacho Fernández, mas apressava os contragolpes nas jogadas individuais de Hulk, que não vive momento tão iluminado, aparentando desgaste. A opção por Tche Tche no meio, com Jair no banco, tirou intensidade na marcação.

Não melhorou com a entrada de Jair, depois de Tche Tche levar amarelo no início da segunda etapa. Pivô de Borja, gol de Campaz. Para deixar o Galo em parafuso de vez, mesmo com apoio da torcida. O recuo do Grêmio com o empate, porém, deu mais campo e criou menos perigo para o time da casa.

Cuca usou seu elenco forte e homogêneo trocando Guga, Zaracho e Hulk por Mariano, Savarino e Vargas. No minuto seguinte, o pênalti de Campaz abrindo tolamente o braço e desviando a cobrança de falta de Nacho. Savarino não respeitou a distância da barreira, mas Luiz Flávio de Oliveira ignorou na consulta ao VAR e confirmou o pênalti convertido por Vargas.

Galo terminou com 53% de posse, 15 finalizações e quatro no alvo. Contra 11 conclusões do Grêmio, cinco na direção da meta de Everson. O Grêmio jogou para conquistar melhor resultado, mas não pode desperdiçar tantas oportunidades no início de um jogo fora de casa contra o líder do campeonato. Pagou caro e parece condenado ao rebaixamento, apesar do elenco, em tese, com potencial para disputar G6.

Com os 2 a 1, o Atlético começa a contagem regressiva. Mais uma vitória com a marca de Cuca: muita tensão, momentos de pânico. Mas sorte e também eficiência. Devendo futebol em muitos momentos, porém vencendo jogo com clima de final.

Lembrando demais o Palmeiras de 2016. Mas se há cinco anos o fim de um jejum de "apenas" 22 anos foi apoteótico em São Paulo, como será a iminente conquista depois de meio século? Justo com o técnico que fez história em Belo Horizonte com a Libertadores de 2013.

No apito final, muita festa do treinador, com elenco e torcida. Suado, pulando, gritando aliviado. Com dedo da mão quebrado. Típico Cuca, mais próximo da segunda conquista da carreira nos pontos corridos. Com as digitais de Alexi Stival.

(Estatísticas: SofaScore)