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Rocha: Chelsea, City e Liverpool jogam "outro esporte" na Inglaterra
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O Chelsea vinha sobrando na Premier League jogando em rotação mais alta que os demais, porém o empate por 1 a 1 no Stamford Bridge com o Manchester United buscando reconstrução permitiu que City e Liverpool encostassem.
Embora a tabela tenha equipes com 13 e 12 jogos, a 14ª rodada já apresenta uma boa vantagem das equipes de Thomas Tuchel, Pep Guardiola e Jürgen Klopp sobre as demais. Exatos sete pontos entre os 31 dos Reds e os 24 do West Ham, quarto colocado - embora o Arsenal tenha 23 e uma partida a menos.
A distância na classificação é uma mera consequência do que se vê no campo, apesar do equilíbrio nos jogos de uma liga que vai se distanciando das demais em qualidade e nível competitivo.
Mas os três parecem jogar "outro esporte". Rodam seus elencos, por necessidade ou planejamento, para manterem o ritmo altíssimo. Com propostas já assimiladas pelos comandados, o que faz com que o desempenho não caia tanto com as alterações. Mérito maior de Tuchel, há muito menos tempo nos Blues que seus concorrentes de peso.
O atual vencedor da Champions sofreu gols nas últimas duas partidas, porém os números ainda impressionam: apenas seis em 14 jogos, seguidos do City, com oito. Fruto dos estilos que cada vez mais integram ações de defesa e ataque. Alternando pressão no campo adversário e recuo estratégico para atacar as costas das retaguardas. Trabalha a posse e verticaliza no momento certo.
Mesmas características do Liverpool, que sofre mais gols (12), porém dispara na artilharia. Muito por conta de um destaque absoluto: Mohamed Salah continua sobrando, agora com 13 gols e oito assistências. Ou seja, participou praticamente da metade dos 43 gols do time de Klopp.
Mas não é uma equipe que depende exclusivamente de suas individualidades. Pelo contrário, o coletivo potencializa os talentos. Também em ritmo alto. Com Diogo Jota se firmando na vaga do lesionado Roberto Firmino. O Liverpool é o time que mais finaliza no campeonato: quase 20 por partida!
Seguido de perto pelo City (18), que se mantém como o time de maior posse (62%) e acerto de passes (90%). Embora não ocupe a liderança, é a que mais consegue equilibrar as estatísticas defensivas e ofensivas. Não por acaso, venceu três das quatro últimas edições.
Só que agora tem o Chelsea, algoz da temporada passada depois da chegada de Tuchel, como principal concorrente. Sendo o melhor dos três apenas no jogo aéreo. Menos entrosado, porém entregando intensidade e enorme capacidade de acelerar as transições e tornar o jogo muito mais dinâmico. Distribuindo mais os gols, sem depender de Romero Lukaku, grande contratação da temporada.
Uma disputa que já se destaca e deve ser a tônica em 2021/22. A menos que Arsenal, United e Tottenham entreguem boas respostas, como a afirmação de Mikel Arteta como treinador. Ou nova imposição de Antonio Conte - campeão com nítido impacto no Chelsea em 2016/2017, antes do domínio de Guardiola e Klopp. Ainda a incógnita dos Red Devils com Ralf Rangnick, parceria que pode render bons frutos.
A única certeza é de que a Premier League segue como a grande atração do futebol mundial. Refletindo a superioridade recente na Liga dos Campeões. Se o Liverpool seguir com elenco mais completo, pode ser o "intruso" a se juntar aos dois finalistas da última edição como as grandes forças também no principal torneio de clubes do planeta. Convém não duvidar.
(Estatisticas: Whoscored.com)
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