Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Rocha: Título do Galo não merece "manchas" que Atlético colocou nos outros
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Só faltou ser no Mineirão lotado a virada épica sobre o Bahia, com três gols em apenas seis minutos. Mas o feito na Fonte Nova foi a última prova da solidez do Atlético, líder desde a 15ª rodada. Defesa menos vazada, com 27 gols sofridos e média inferior a um gol por jogo. De Hulk, artilheiro com 18 gols e craque do campeonato.
Time de Cuca que soube potencializar os muitos talentos e manter o foco, com breves oscilações. Os exageros do treinador, que se agarra à fé porque parece achar que o mundo tem sempre algo contra ele, ajudam na mobilização e na concentração. O Galo é favorito na decisão da Copa do Brasil e ficou a um gol da final da Libertadores. Temporada quase perfeita.
Mas qualquer título, dependendo da "lupa" de quem perde, pode ser questionado. O Atlético foi líder absoluto também nos pênaltis marcados a a favor na competição. Onze no total. Alguns duvidosos, que tiraram o time do sufoco, iniciando viradas.
Esses dados combinados com os erros de arbitragem contra o Flamengo, segundo colocado, poderiam gerar uma narrativa de que algo foi "armado". Ainda mais considerando a força política e financeira dos mecenas do Atlético e os atritos em 2021 da CBF com os dirigentes rubro-negros.
No mundo real, um absurdo. Assim como em 2012, a conquista do Fluminense, com três rodadas de antecedência, uma a mais que a do Galo agora, foi alvo de acusações graves e protestos de "CBFlu" do time mineiro, que até dossiê preparou tentando "reapitar os jogos". Como se isso fosse possível, além de redistribuir os pontos de acordo com supostos erros de arbitragem, para defender a tese de que merecia o título.
Três anos depois, Levir Culpi afirmou que o Brasileiro que seria conquistado pelo Corinthians de Tite estava "manchado". Também confirmado com três rodadas de antecedência e depois de um 3 a 0 contundente no confronto direto, dentro do Estádio Independência. Com 81 pontos, mesma pontuação do Atlético hoje. Recorde que só seria batido pelo Flamengo de Jorge Jesus, em 2019.
Isso para citar apenas os mais recentes, já na era dos pontos corridos. A trajetória atleticana nesse meio século foi marcada por contestações dos títulos alheios. Que a tão esperada celebração do fim da fila carregue também esta reflexão: quando falta competência é mais nobre reconhecer os méritos de quem venceu. Sem reclamações vazias, nem ridículas teorias da conspiração.
Parabéns, Galo! E seja bem-vindo ao clube dos que vencem e deixam o choro para quem não pode concorrer com o melhor.
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