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Rocha: Palmeiras tem a maior chance de acabar com seus dois 'traumas'
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"Não tem Copinha, não tem Mundial".
A unificação dos títulos brasileiros desde 1959 foi uma medida política de Ricardo Teixeira na CBF, em dezembro de 2010, para tentar uma reaproximação com Pelé. Mas acabou beneficiando o Palmeiras, além do Santos. Hoje o time alviverde é oficialmente o maior campeão, com dez conquistas. Mais quatro Copas do Brasil e agora a terceira Libertadores.
A narrativa do clube trata a conquista da Copa Rio de 1951 como o primeiro Mundial de clubes, porém o tema é controverso. O título do torneio organizado pela FIFA desde a edição experimental de 2000, conquistada pelo rival Corinthians, encerraria a questão.
Assim como a Copa São Paulo de Futebol Júnior virou obsessão depois que o clube passou a investir nas divisões de base e vencer em todas as categorias, Especialmente no âmbito regional, com o pentacampeonato paulista sub-20. É a taça que falta.
Pois o Palmeiras tem a grande chance histórica de acabar com seus dois grandes "traumas" até meados de fevereiro.
Na Copinha, o treinador Paulo Victor Gomes, que já comandou o time principal na temporada passada, vai utilizar vários jovens que tiveram oportunidades entre os profissionais e corresponderam, tanto no Paulista quanto nos últimos jogos da temporada.
Serão 12, entre os que entraram em campo ou foram apenas relacionados. Incluindo Michel, Vanderlan, Fabinho, Vitinho e Gabriel Silva. Sem contar os meninos Endrick e Luis Guilherme, promessas de apenas 15 anos que também foram inscritos na competição.
É o grande favorito, seguido de perto por Internacional, campeão da última edição em 2020, Flamengo, São Paulo e Atlético Mineiro. Sem contar a tradição do Corinthians com seus dez títulos e a capacidade de renovação de Fluminense e Santos, que sempre podem surpreender. Mas a chance alviverde de estar presente na grande final no dia 25, aniversário da cidade de São Paulo, é muito grande desta vez.
Já no Mundial, a mudança da disputa para fevereiro dá ao Palmeiras a chance de emendar férias e preparação, ao contrário da loucura da temporada passada, com a conquista da Libertadores em 30 de janeiro no Maracanã vencendo o Santos e derrotado pelo Tigres na semifinal em Dubai no dia 7 de fevereiro.
Se perderá em ritmo de jogo, o ganho em fôlego e foco é imenso. A partir da semifinal, contra Monterrey ou Al Ahly no dia 8 de fevereiro. É o grande desafio, até para não correr o risco de repetir o pior desempenho de um campeão sul-americano no torneio, ficando novamente em quarto lugar.
Depois entra como franco-atirador e zebra na decisão contra o Chelsea, considerando que o campeão da Champions chega à final desde 2005 e venceu as últimas oito edições. Mas os Blues, justamente os últimos derrotados do continente, perdendo para o Corinthians em 2012, terão que viajar aos Emirados Árabes dividindo atenções não só com a Premier League, mas também com a edição atual da Liga dos Campeões.
O adversário não é tão desafiador: o Lille, mais fraco entre os campeões de grupo. A partida de ida, no Stamford Bridge, será só no dia 22, dez dias depois da final do Mundial em Abu Dhabi. Mas é óbvio que há um abismo na lista de prioridades de Thomas Tuchel e seus comandados.
Ainda mais com a Premier League cada vez mais perto do Manchester City. O bi da Champions seria histórico e salvaria a temporada até aqui marcada por lesões, casos de Covid e agora a tensão entre o treinador alemão e Romero Lukaku, grande contratação do clube na temporada. O belga sequer ficou no banco de reservas nos 2 a 2 contra o Liverpool.
É claro que ostentaria um favoritismo absoluto em uma hipotética decisão contra o Palmeiras. Mas em jogo único seria a grande chance do time de Abel Ferreira. Até porque nunca o discurso do treinador português que se baseia em "contra tudo e contra todos" e "ninguém acredita na gente" casaria tão perfeitamente com a situação.
Se na semifinal o peso do favoritismo natural desmancha essa narrativa e certamente atrapalhou contra o Tigres, diante do Chelsea seria o maior Davi x Golias da carreira de Abel. Quem sabe?
Se os dois títulos tão sonhados vierem, o Palmeiras calará de vez o canto jocoso dos rivais. Em fevereiro o ano já será alviverde.
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