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Rocha: Ala esquerdo é maior carência de Paulo Sousa no Flamengo
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Paulo Sousa desembarca dia sete no Rio de Janeiro e a reapresentação do elenco principal do Flamengo está marcada para o dia dez.
Considerando todas as análises de colegas brasileiros e também portugueses sobre o novo treinador rubro-negro, além das considerações sobre as características dos atletas que estarão à disposição para os inícios dos trabalhos, está claro que há uma grande carência.
Se é praticamente consenso que Filipe Luís, por conta da idade e dos problemas físicos em 2021, será um terceiro zagueiro pela esquerda no provável 3-4-2-1/3-4-1-2 quando o time estiver com a bola, quem fará a função de ala no setor?
Nas escalações propostas surgem quase sempre os nomes de Bruno Henrique e Michael. Mas já ficou claro que é um desperdício ter o primeiro fixo pela esquerda, ainda mais se o ataque tiver Pedro e Gabigol. Ficaria muito longe da área adversária e sacrificado na fase defensiva.
E Michael, poucos lembram, atuou assim na despedida de Rogério Ceni: derrota por 2 a 1 para o Atlético no Mineirão. O artilheiro do time no Brasileiro pode ser um ponta que trabalha sem bola com dedicação, mas não tem força física, nem leitura de jogo para cumprir a função.
Além disso, os dois são destros e a equipe há tempos sente falta de um canhoto para dar profundidade ao setor. Chegando ao fundo para servir os companheiros ou finalizar. No elenco há Ramon, que tem características de lateral e precisaria ser burilado pelo novo técnico, e Kenedy, que já atuou como ala na Europa, mas prefere disputar posição no ataque pela direita.
Função, aliás, que deve desaparecer no time de Paulo Sousa. O corredor direito provavelmente será de Matheuzinho ou Isla e o ataque terá um trio formado por De Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique ou Pedro. Se for assim, Everton Ribeiro vira um reserva do meia uruguaio na articulação.
A carência é pela esquerda. E não é acaso que o nome de Dalbert, lateral esquerdo de 28 anos da Internazionale emprestado ao Cagliari, surja como uma possibilidade no mercado, ainda como sondagem, segundo o portal italiano "Tutto Mercatto". As características batem com as ideias de Sousa: rapidez e intensidade jogando bem aberto.
Saída de três com suporte de dois meio-campistas alinhados, embora Paulo Sousa valorize mais a figura do "primeiro volante". Alas abrindo o campo e um trio ofensivo se procurando para tabelas e movimentação nas costas do meio-campo adversário. Com opção de um centroavante mais fixo, dando profundidade e puxando para trás a última linha defensiva do oponente.
Seria a chance de Pedro, embora o entrosamento de Arrascaeta e Gabigol com Bruno Henrique não possa ser descartado facilmente. Aliás, o treinador português poderia trabalhar a dupla de ataque histórica desde 2019 com ainda mais mobilidade. Por mais que se entenda a preferência dos dois por atuar mais com pés "invertidos", infiltrando, cortando para dentro e finalizando, eles poderiam trocar de lado mais vezes.
Basta lembrar que Gabigol fez dois gols em finais, na Libertadores e também no Carioca, aparecendo pela esquerda e finalizando de pé esquerdo. Mais uma prova de que o setor precisa de um canhoto.
Até para criar variações, tão necessárias dentro dos conceitos de ataque posicional de Sousa. Essa base definida com os oito desde 2019, mais Isla e agora David Luiz e Andreas Pereira, proporcionam poucas surpresas aos adversários. E têm "pontos cegos" bem nítidos.
Um deles ficou claro no primeiro gol do Palmeiras na decisão em Montevidéu: Dudu puxou Filipe Luís para dentro, Gustavo Gómez enfiou para Mayke no espaço que Bruno Henrique não cobriu, assistência para a finalização precisa de Raphael Veiga.
A correção veio com Renê, que entrou na vaga de Filipe Luís, mais preso e Andreas cuidando da movimentação de Dudu. O posicionamento, porém, sacrifica o volante e tira produção ofensiva do setor. Um ala ou meia que faça o corredor inteiro encaixa melhor na nova proposta de jogo.
Ideias para Paulo Sousa trabalhar a partir do dia dez, com os titulares estreando no Carioca só no clássico contra o Fluminense do dia seis de fevereiro. Um tempo razoável para criar soluções e formatar o Flamengo 2022.
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