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Rocha: Com Marinho, Paulo Sousa pode manter estrutura tática do Flamengo
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O Flamengo confirmou oficialmente a venda de Michael para o Al Hilal e, na carona, deve fechar a contratação de Marinho junto ao Santos.
Um negócio que fazia todo sentido em 2017, quando o então treinador Zé Ricardo queria um ponteiro rápido, que desequilibrasse com dribles e gols. Agora Marinho ostenta um prêmio individual de "Rei da América" pelo destaque no vice-campeonato da Libertadores 2020, mas o desempenho em campo não tem sido tão bom.
Completará 32 anos em maio. Ou seja, mais um jogador acima dos 30 no elenco rubro-negro. Muitos problemas físicos e irregularidade. Mas, é claro, pode dar certo. Toda contratação pode, a rigor. Até porque o conceito de "dar certo" é muito amplo. Como alguém pode dizer que a passagem de Adriano Gabiru pelo Internacional foi ruim? Apenas um momento de destaque, mas marcou o gol da carreira do jogador e da história do clube, sobre o Barcelona no Mundial de 2006.
Na prática, porém, não faz muito sentido. Se a ideia é repor a saída de Michael, são atletas com características, funções em campo e momentos em suas carreiras completamente diferentes. No caso de entrar na lacuna deixada pelo retorno de Kenedy para o Chelsea, a única semelhança seria o costume de cortar da direita para dentro e finalizar com o pé esquerdo. Marinho é mais velho, menos intenso e versátil. Sem oferecer, por exemplo, a possibilidade de atuar como ala pela esquerda, em tese uma carência do elenco dentro das ideias de Paulo Sousa.
Ou então o treinador português, que segue treinando o elenco no Ninho do Urubu, com poucas imagens disponibilizadas pela Fla TV, não pretende mudar tanto a estrutura tática do time, como sugeriram todas as análises sobre o perfil de Sousa desde que ele foi contratado.
No 3-4-2-1 que costuma trabalhar na fase ofensiva, a função de Everton Ribeiro parecia desaparecer na proposta de jogo. Três defensores, dois volantes auxiliando na saída de bola, alas abrindo o campo e um trio ofensivo, podendo ser dois por trás de um centroavante mais típico ou um "enganche" atrás de dois atacantes. Funções que poderiam, em tese, ser ocupadas por Pedro, Gabigol, Bruno Henrique e De Arrascaeta.
E o meia que sai da ponta para circular às costas dos volantes adversários? Parecia que seria o reserva de Arrascaeta, mas pode seguir no time, caso Sousa mantenha as ideias da execução da variação de 4-4-2/4-2-3-1 desde os tempos de Jorge Jesus.
Domènec Torrent, no início do trabalho, tentou fazer de Everton Ribeiro um meio-campista por dentro num 4-3-3. Assim atuou na vitória por 1 a 0 sobre o Santos, na Vila Belmiro. Mas logo o catalão abandonou a ideia e deixou o camisa sete pela direita, fazendo a dupla no setor com Maurício Isla. De fato, o encaixe da equipe sempre foi melhor assim.
Paulo Sousa costuma se adaptar aos elencos que tem nas mãos e também à cultura de futebol dos países e dos clubes. Ele e sua comissão podem ter concluído que melhor do que mudar é aprimorar a dinâmica de jogo. No caso, com Everton Ribeiro. Ou Marinho, que não é exatamente um armador, mas basicamente ocupa os mesmos espaços, com movimentos parecidos.
Pode ser uma "sombra", o substituto quando Everton está a serviço da seleção brasileira nas datas FIFA. Ou virar titular, caso consiga uma sequência de jogos e o "mini míssil aleatório" vire uma arma efetiva da equipe. Quem sabe?
Resta esperar os titulares entrarem em campo no Fla-Flu do dia 6 para, enfim, observar o que Paulo Sousa pretende. Mas a primeira contratação em 2022 indica que as mudanças podem não ser tão radicais assim.
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