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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Com sequência de Vojvoda, Fortaleza pode evoluir como "quarta força"

Jogadores do Fortaleza se abraçam após gol marcado por Depietri contra o Sousa - Kely Pereira/AGIF
Jogadores do Fortaleza se abraçam após gol marcado por Depietri contra o Sousa Imagem: Kely Pereira/AGIF

Colunista do UOL Esporte

31/01/2022 08h58

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No final da temporada 2021, muitos consideraram uma hipótese mais que provável a saída de Juan Pablo Vojvoda para um clube com maior poder investimento no Brasil. Como consequência natural do bom trabalho realizado no Fortaleza.

Só que a lógica de mercado mudou. Até por fracassos de tentativas de saltos na carreira, como Tiago Nunes no Corinthians e, um pouco antes, Jair Ventura no Santos. Na maioria das vezes, estabilidade, respaldo, valorização do lugar em que se está e um passo por vez é a verdadeira trilha para o sucesso.

Vojvoda pode amadurecer o trabalho que surpreendeu na temporada passada. Encontrará como um obstáculo não ser mais novidade no cenário nacional, porém terá a chance de criar variações e ampliar o repertório da equipe.

Como a dinâmica dos alas Yago Pikachu e Lucas Crispim na execução do 3-4-1-2. O primeiro mais atacante pela direita, entrando na área adversária com frequência, e o outro mais articulador, quase como um meia pela esquerda, auxiliando os volantes Matheus Jussa e Ronald, mas também o meia Lucas Lima no trabalho entre as intermediárias. No segundo tempo, foi efetivamente para o meio, com a saída de Lucas Lima e a entrada do lateral Juninho Capixaba.

A estreia na temporada foi animadora: 5 a 0 sobre o Sousa pela Copa do Nordeste. Mais que o resultado, o desempenho cria expectativas positivas. Como a do jovem atacante argentino Valentín Depietri, que marcou belo gol.

Contratado ao Santamarina, time localizado na província de Buenos Aires, aproveitou o "vácuo" no ataque causado pelas saídas de Wellington Paulista e David, além da lesão de Ángelo Henríquez e da gastroenterite de Robson para agarrar sua oportunidade no ataque, ao lado de Igor Torres. E Moisés, novidade na temporada vindo da Ponte Preta, ainda entrou no segundo tempo.

A meta de oferecer mais opções de qualidade ao treinador argentino vai sendo cumprida. Até por ser uma necessidade em ano histórico de participação na Libertadores. Fruto da quarta colocação no Brasileiro, só atrás do trio abastado Palmeiras-Atlético-Flamengo. Nos pontos corridos, competição quase sempre mais valorizada pelos treinadores porque representa de fato o sucesso do trabalho. Sem influência de sorteio ou o peso de uma atuação ruim, fatal no mata-mata.

Com a sequência, evoluindo em entrosamento e apresentando novas ideias, o Fortaleza pode, sim, consolidar-se como "quarta força" no Brasil. Tem estrutura, gestão com pés no chão e uma boa vida na linda capital cearense para oferecer aos profissionais. Vojvoda ficou e tem tudo para fazer ainda mais história.