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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Mbappé vence Courtois no final e premia melhor PSG da temporada

Kylian Mbappé comemora gol marcado pelo PSG sobre o Real Madrid na Liga dos Campeões - REUTERS/Benoit Tessier
Kylian Mbappé comemora gol marcado pelo PSG sobre o Real Madrid na Liga dos Campeões Imagem: REUTERS/Benoit Tessier

Colunista do UOL Esporte

15/02/2022 19h54

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O Real Madrid será criticado por ter praticamente se limitado a defender no Parc des Princes. Sem uma finalização no alvo durante os 90 minutos.

Como se tivesse sido apenas falta de vontade, uma estratégia defensivista de Carlo Ancelotti e não houvesse mérito do outro lado.

Mas houve, e muito. Foi a melhor atuação coletiva do PSG na temporada 2021/22. Ou desde que Mauricio Pochettino assumiu o comando técnico.

Laterais Hakimi e Nuno Mendes abrindo o campo, Messi e Di María se aproximando por dentro de Verratti e Paredes, Mbappé rodando por todo ataque, mas especialmente infiltrando da esquerda para dentro. Circulação rápida da bola e eficiência na pressão pós-perda.

A chave foi a variação do 4-3-3 para o 3-4-3 com Danilo sem bola como volante pela direita encorpando o meio-campo e na fase ofensiva se juntando a Marquinhos e Kimpembe, como uma espécie de terceiro zagueiro, para controlar o escape de Vinícius Júnior, a única saída em velocidade do time merengue. Até porque Benzema, voltando de lesão, estava claramente fora de sintonia para uma disputa nesta rotação.

O resultado prático foi um "amasso": 57% de posse, que chegou a 62% no primeiro tempo. 91% de acerto nos passes, fruto também da pouca pressão do Real na marcação. E 21 finalizações, com oito na direção da meta. Fazendo de Courtois o grande destaque da equipe visitante, salvando finalização de Mbappé e, no grande momento, defendendo o pênalti de Messi. Foram oito intervenções do belga na partida.

Porque o PSG sobrou e não merecia amargar um empate que complicaria muito a vida no Santiago Bernabéu, considerando que agora não há mais gol "qualificado" no mata-mata da Liga dos Campeões.

Coube a Mbappé tirar da cartola uma jogada de gênio, após receber toque de calcanhar de Neymar, que substituiu Di María e foi muito bem para quem vinha parado há tanto tempo. Drible no meio de Lucas Vázquez e Militão, chute por baixo das pernas de Courtois.

Golaço que vira o confronto do avesso. O Real não terá Mendy e Casemiro, suspensos, e vai precisar dar campo a um PSG que, até pela facilidade na disputa nacional, está adquirindo cultura de Champions. Inclusive na arquibancada, com um show da torcida que foi saudada pelos jogadores no final.

Mbappé pode até sonhar com uma mudança para Madri no futuro. Mas agora é a grande arma para mandar o Real para casa ainda nas oitavas da Champions.

(Estatísticas: SofaScore)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL