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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: A hora e a vez de João Gomes, o melhor investimento do Flamengo

João Gomes lamenta gol anulado do Flamengo na partida contra o Sport - THIAGO RIBEIRO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
João Gomes lamenta gol anulado do Flamengo na partida contra o Sport Imagem: THIAGO RIBEIRO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

17/02/2022 07h34

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No primeiro tempo em Conselheiro Galvão, as experiências de Paulo Sousa não funcionaram: o Flamengo foi lento, se atrapalhou com a grama alta e seca e ficou desprotegido com dois zagueiros e Diego Ribas recuado como um volante mais fixo. O gol do Madureira, marcado por Igor Catatau, só tornou o cenário ainda mais complexo.

Todo o time foi mal, especialmente Andreas Pereira. Nervoso, pilhado com o "mundo real" de uma torcida mais próxima ao campo, ainda que pequena. Lembrando a falha grotesca da final da Libertadores e, por isso, insatisfeita com o investimento de mais de 60 milhões de reais para sua contratação em definitivo ao Manchester United. Substituído antes do intervalo por William Arão, para não acabar expulso. Depois do jogo, a informação de que sofreu entorse no tornozelo.

Enquanto isso, um outro jogador se destacava no meio-campo: João Gomes foi quem conseguiu se virar melhor no gramado ruim. Bem nos desarmes, como de costume, mas também encontrando espaços, principalmente pelos lados, para acionar os atacantes. Na jogada mais efetiva, pela esquerda, serviu Pedro, que desperdiçou a melhor chance de empatar.

Cresceu com o time na segunda etapa, encontrando em Arão e Everton Ribeiro, que substituiu Marinho, melhores interlocutores na articulação das jogadas. A dupla que saiu do banco decidiu com os gols, mas o destaque nos 90 minutos foi o meio-campista vindo da base.

Eis o melhor investimento no Flamengo, desde sempre. João Gomes está aprendendo com Paulo Sousa a ser um volante mais dinâmico. Ativo nos desarmes, mas também nos desmarques. Ainda precisa tocar mais vezes de primeira para fazer o jogo fluir, mas já merece a titularidade. E, por méritos, deveria começar o duelo com o Atlético Mineiro em Cuiabá, pela Supercopa do Brasil.

A base necessita de referências no time principal para que o trabalho de formação faça sentido. Não pode ser apenas para vendas precoces que viabilizam a contratação de atletas mais experientes. A roda tem que girar e os jovens precisam de oportunidades.

A hora e a vez são de João Gomes.