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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Pobreza dos estaduais alimenta clima de final na Supercopa do Brasil

Nathan Silva e Bruno Henrique no jogo entre Flamengo e Atlético-MG - Thiago Ribeiro/AGIF
Nathan Silva e Bruno Henrique no jogo entre Flamengo e Atlético-MG Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL Esporte

18/02/2022 09h47

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É claro que a rivalidade histórica entre Flamengo e Atlético Mineiro e a recente entre os rubro-negros e o Palmeiras deram uma "aditivada" na Supercopa do Brasil. Na primeira edição em 2020, com o Athletico, o clima era mais de festa em Brasília, apesar da resposta à provocação do time paranaense, que comemorou a classificação nos pênaltis nas oitavas da Copa do Brasil imitando a famosa pose de Gabigol celebrando seus gols.

A Supercopa nacional na Europa costuma abrir a temporada. A Espanha agora é a exceção, com a federação atraída pelo dinheiro farto da Arábia Saudita. A rivalidade entre Bayern e Dortmund, por exemplo, pode até dar um molho especial ao confronto na Alemanha, mas os clubes sabem que logo se enfrentarão pela liga.

No Brasil, a expectativa aumenta exponencialmente também pela fraqueza dos estaduais. Mesmo os grandes clássicos não geram mais tanta expectativa. O clímax fica para o confronto final, valendo taça. Aliás, é o que sustenta as competições no imaginário popular. Politicamente é o que segura a arcaica estrutura federativa do futebol brasileiro.

Flamengo e Atlético sabem que é a grande chance de medir forças nos primeiros quatro meses do ano. Oportunidade de avaliar os trabalhos de Paulo Sousa e Antonio "Turco" Mohamed em uma primeira etapa de preparação.

Ademir pode ser uma boa opção de velocidade e drible no setor que deve ser ocupado por Filipe Luís e Everton Ribeiro. Já a defesa do campeão brasileiro e da Copa do Brasil tende a sofrer com a mobilidade de Gabigol, De Arrascaeta e, provavelmente, Bruno Henrique na nova dinâmica ofensiva do vice brasileiro e sul-americano.

O grande risco de não haver um grande jogo na Arena Pantanal, como foi Flamengo x Palmeiras no ano passado, é o clima tenso nos bastidores passar para o campo e atrapalhar a arbitragem comandada por Anderson Daronco. E o pior é que é o que costuma acontecer, com jogadores querendo provar que são mais machos e espertos que os outros.

Será um desperdício de qualidade, caso ocorra. Porque depois virá a dura rotina de jogos que valem quase nada até abril. Reflexo do nosso atraso.