Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Vasco vive a dor e a delícia de depender de Nenê

Raniel e Nenê marcaram para o Vasco na partida contra o Bangu, válida pelo Campeonato Carioca - ALEXANDRE DURÃO/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Raniel e Nenê marcaram para o Vasco na partida contra o Bangu, válida pelo Campeonato Carioca Imagem: ALEXANDRE DURÃO/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

18/02/2022 08h24

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Foi uma noite de solidariedade, nostalgia, preocupação e, por fim, alegria em São Januário.

O Vasco homenageou e arrecadou por Petrópolis, cidade devastada pelas chuvas. Celebrou a volta de Felipe ao estádio, agora como treinador do Bangu. Viu a torcida vaiar o time na saída para o intervalo, depois de uma atuação fraca nos primeiros 45 minutos.

Mas, no final, celebrou a atuação de Nenê no segundo tempo, que com bela de calcanhar assistência para Raniel e um golaço de falta, com direito a beijo na esposa durante a comemoração, descomplicou o jogo e garantiu mais três pontos que vão colocando o time de Zé Ricardo nas semifinais do Carioca.

Embora o trabalho esteja no início e a grande meta para a temporada seja o retorno à Série A do Brasileiro, o desempenho muito irregular contra equipes mais frágeis é preocupante. O jogo não flui pelos muitos erros de passe e o Vasco apresenta deficiências recorrentes dos times de Zé Ricardo: espaços entre os setores quando precisa se instalar no campo adversário, saída de bola lenta e pouca mobilidade do quarteto ofensivo, com os pontas Bruno Nazário e Gabriel Pec sempre abertos, sem circular pelo ataque.

A responsabilidade de criar para Raniel e decidir fica para Nenê. Aos 40 anos, o meia joga bonito, toca com elegância mesmo com o gramado molhado e procura os atalhos. Ainda é o artilheiro do campeonato, com cinco gols. As retinas agradecem. E Felipe, à beira do campo, deve ter lembrado dos seus tempos de "maestro" cruzmaltino.

Fisicamente, porém, é claro que vai precisar de uma dosagem ao longo do ano. E a dura Série B não oferecerá jogos tranquilos para poupar o craque do time. Se até contra o Bangu ele precisou desequilibrar...É a dor e a delícia de depender de um veterano talentoso.

Mais um problema para Zé Ricardo encontrar soluções. Na noite de múltiplas sensações em São Januário, a arte do "Vovô" Nenê prevaleceu.