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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Com novo ataque, Barcelona de Xavi dá salto inesperado de qualidade

Aubameyang, do Barcelona, balançou as redes do Napoli em jogo válido pela Liga Europa - Ciro De Luca/Reuters
Aubameyang, do Barcelona, balançou as redes do Napoli em jogo válido pela Liga Europa Imagem: Ciro De Luca/Reuters

Colunista do UOL Esporte

25/02/2022 09h15

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Adama Traoré, Aubameyang e Ferrán Torres.

Três atacantes que chegaram ao Barcelona na janela de inverno europeu, mesmo com o clube lutando para adequar as pretensões ao orçamento. Mas se a ideia era dar mais peso ao jovem elenco, o time ganhou muito rapidamente um vasto repertório ofensivo.

Os 4 a 2 no Atlético de Madri pela liga deram os primeiros sinais de transformação do time de Xavi Hernández. Mesmo com oscilações naturais, marcadas por falhas individuais na defesa, nos empates com Espanyol (2 a 2) e Napoli (1 a 1), as goleadas sobre Valencia (4 a 1) e, principalmente, os 4 a 2 na volta contra o time italiano pela segunda fase da Liga Europa são sinais evidentes de que o time ganhou "punch" para derrubar os oponentes.

O Estádio Diego Maradona foi palco de um recital catalão, combinando o jogo de posição com qualidade na troca de passes desde a defesa no 4-3-3 e a agressividade e rapidez do trio ofensivo para destruir a defesa adversária.

Adama é a referência para as bolas longas, acelerando, protegendo e esperando a aproximação dos companheiros. Torres é quem melhor se entende com os meio-campistas, dando sequência às jogadas e auxiliando na retenção da bola. E Aubameyang circula pelo ataque e dá profundidade à espera da chance de finalizar.

Os três casam bem suas características e puxam o desempenho dos demais. Desde o ótimo Frenkie de Jong, que sofria com a inconstância da equipe, passando pelo trio de veteranos Piqué-Alba-Busquets - Daniel Alves não foi inscrito no torneio europeu e foi substituído por Sergiño Dest.

A sacada defensiva de Xavi em Nápoles foi aumentar a velocidade e o poder de recuperação com Araújo na vaga de Eric Garcia para duelar com o nigeriano Victor Osimhen, a grande válvula de escape da equipe de Luciano Spalletti nas transições ofensivas.

Jogo controlado, 57% de posse, 91% de efetividade nos passes, 16 finalizações, seis no alvo, quatro nas redes. Agora o volume do Barça se reflete no placar com eficiência nas finalizações. 15 gols nas últimas cinco partidas. Quatro de Aubameyang, dois de Frenkie de Jong e de Jordi Alba, um de Torres, Piqué, Luuk de Jong, Araujo, Pedri, Gavi e Daniel Alves.

O jogo flui, a confiança aumenta. E de repente a temporada que parecia ser de dura transição, a primeira sem Messi, se transforma em um período com chances reais de classificação para a próxima Champions com o quarto lugar em La Liga e até de título na Liga Europa.

Porque o Barça de Xavi deu um inesperado salto de qualidade para sair do ostracismo no cenário europeu.

(Estatísticas: SofaScore)