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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Palmeiras e Abel encerram jejuns com mais um "sufoco estratégico"

Weverton foi eleito craque do jogo, no duelo entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi - Marcello Zambrana/AGIF
Weverton foi eleito craque do jogo, no duelo entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL Esporte

10/03/2022 22h54

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O Palmeiras começou dominante no "Choque-Rei" dentro do Morumbi, onde não vencia o São Paulo pelo Paulista desde 1997. Como deve se comportar um bicampeão sul-americano.

Pressão no campo de ataque, posse de bola com objetividade e o acréscimo de Wesley pela esquerda, aberto na linha de meias com Dudu e Veiga atrás de Rony em um 4-2-3-1. Chute na trave do camisa onze, imposição física, técnica e mental até abrir o placar com Rony de cabeça, completando cruzamento de Marcos Rocha. Falha do goleiro Tiago Volpi.

Depois mais um tempo de controle de espaços e transições rápidas, mas após o gol bem anulado de Rony, completando passe espetacular de Dudu, o time de Abel Ferreira foi transformando o recuo natural pelo contexto, de escolha para única opção com o crescimento do São Paulo. Entregando a bola sem nenhum constrangimento.

Transformando uma posse de mais de 70% até abrir o placar em 37% ao final do jogo. O São Paulo que sofria com Igor Gomes perdido entre Danilo e Zé Rafael e Gabriel Sara afobado e querendo decidir sozinho pela inoperância de Eder e Calleri no primeiro tempo cresceu muito na volta do intervalo e depois, com as substituições de Rogério Ceni.

Marquinhos no lugar de Gomes abrindo o jogo pela direita, mesmo sendo canhoto. E carimbando o travessão de Weverton em belo chute com curva. Antes, o goleiro alviverde espalmara para frente um chute forte de Rodrigo Nestor, mas se redimiu salvando cabeçada de Calleri. No total, foram 15 finalizações do time da casa contra seis, três a um no alvo. Só a de Rony foi às redes.

Abel fez todas as trocas, mas seu time não conseguiu concatenar mais nenhum contragolpe. Mesmo quando ficou com um homem a mais depois da expulsão do pilhado Rafinha. Mais fôlego, porém nenhuma inspiração.

O que se questiona nesse "sufoco estratégico" é que o empate tricolor não aconteceu por acaso, em bolas que poderiam ter entrado. Dependia exclusivamente da destreza ou da felicidade do finalizador. Mas, no final, tudo será tratado como mérito exclusivo do treinador e "guru" português se o Palmeiras levar os três pontos.

Ainda mais encerrando um jejum de 25 anos do time e também o particular de Abel contra Ceni. Mas era possível controlar melhor, subir a marcação em alguns momentos para sair de trás e trocar mais passes. O único invicto e time de melhor campanha do estadual mostrou nos primeiros minutos que sabe fazer. Mas é escolha do discípulo de José Mourinho recuar e guardar a própria área.

Vem dando certo nos jogos mais importantes, na visão de Abel. Aconteceu outra vez no Morumbi.

(Estatísticas: SofaScore)