Rocha: Falta de ideias do United colocou CR7 no bolso de Simeone desta vez

O Manchester United, surpreendentemente, evoluiu bem pouco no jogo coletivo depois da troca de Solksjaer por Rangnick. A impressão é de que ambos são melhores gestores fora de campo e a comissão técnica não compensa as limitações dos treinadores na montagem do time.

Por isso o elenco bilionário não decola e oscila absurdamente. Da vitória épica no sábado contra o Tottenham por 3 a 2 para a eliminação decepcionante na Liga dos Campeões para o Atlético de Madri no Old Trafford.

O time de Diego Simeone não vive o momento estável da temporada passada, quando venceu La Liga, mas em Manchester foi exemplar na concentração para a execução da variação do 5-4-1 sem bola, com alas voltando como laterais e Griezmann e Koke abrindo para formar a linha de quatro, deixando João Félix à frente, com o 3-1-4-2 atacando.

Pouco antes do gol da vitória, marcado por Renan Lodi, fazendo o movimento perfeito do ala que infiltra para receber o cruzamento do lado oposto, executado pelo também ala Llorente, outro ataque trabalhado só não foi perfeito pelo impedimento de Llorente antes de servir Félix.

O United passou longe de concatenar uma ação ofensiva bem engendrada. Viveu de lampejos, como o drible espetacular de Fred na linha de fundo pela esquerda. No mais, foi tentar achar Cristiano Ronaldo em condições de finalizar. Simeone sabia que era isso que restava e preparou Savic, Giménez e Reinildo para conter o jogador decisivo em um time desconjuntado.

O resultado foi um momento talvez único: o maior artilheiro da história do futebol em jogos oficiais não finalizou uma vez em partida de mata-mata de Champions, a especialidade do português. Zero. Nem longe da meta de Oblak. Um fracasso absoluto do United, apesar dos 60% de posse e das onze finalizações, cinco no alvo. Mas nenhuma do especialista.

Desta vez não teve jeito: CR7 foi parar no bolso de Simeone, pela falta de ideias dos Red Devils. Virando a história do avesso e colocando o Atlético de Madri como um perigoso adversário nas quartas, para qualquer favorito. Porque poderá administrar um G-4 na liga espanhola e priorizar a Champions. Jogando como "zebra", sem responsabilidades.

E preparando ataques bem coordenados, como o que decidiu a vaga em Manchester.

(Estatísticas: SofaScore)