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City fura retranca de Simeone com paciência e o talento que decide
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O mundo todo sabia o roteiro da ida em Manchester do duelo das quartas entre City e Atlético de Madri. Ou entre Pep Guardiola e Diego Simeone.
Time espanhol no 5-3-2, variando para o 5-4-1 com o recuo de Griezmann ou João Félix para fechar uma segunda linha de quatro. Concentração para defender e também acertar os passes na transição ofensiva para sair do perde-pressiona do adversário. Como fez na mesma cidade contra o United nas oitavas.
Guardiola surpreendeu com a escalação de Ake como um lateral base, mais próximo dos zagueiros Stones e Laporte, pela esquerda. Provavelmente para se resguardar do contragolpe letal do adversário pela direita, ainda mais com Llorente atuando na linha de meias e deixando Vrsaljko na lateral.
Na frente, a proposta de sempre: Rodri como o volante central de distribuição e atacando com Sterling abrindo o campo pela esquerda, Gundogan, De Bruyne e Bernardo Silva buscando o jogo entrelinhas por dentro e Cancelo e Mahrez alternando os ataques pela direita, um bem aberto e outro mais por dentro.
Paciência para rodar a bola e executar o plano de jogo sem desespero, apesar de alguns erros de passe que geraram transições do Atlético, mas que agora tinham Ake com os zagueiros para exporem menos a última linha na hora de correr para trás.
As seis finalizações, nenhuma no alvo, com 73% de posse, fizeram o Atlético acreditar que poderia arriscar mais a partir dos 15 do segundo tempo. Sem desfazer a linha de cinco atrás, mas trocando Llorente, Griezmann e Koke por Matheus Cunha, Ángel Correa e De Paul. Avançando algumas "jardas" no campo.
A resposta de Guardiola demorou sete minutos, até porque seu time continuava jogando bem - com mais mobilidade na frente, inclusive Sterling centralizando na frente - e quase abriu o placar em cobrança de falta de Kevin De Bruyne. Trocou Gundogan, Mahrez e Sterling por Grealish, Gabriel Jesus e Phil Foden. Mais presença física e agressividade na área adversária.
E foi de Foden a assistência que gerou a única finalização "limpa", em boa posição e sem a marcação tão em cima: infiltração da direita para dentro e passe para De Bruyne à frente de Oblak. O gol que muitos cobravam do belga, maior destaque individual deste grande time que tem o trabalho coletivo como forte. O talento decidiu.
15 finalizações no total, apenas duas no alvo. Mas o 1 a 0 dá a vantagem que o time inglês queria levar para Madri. O Atlético não finalizou uma vez sequer. Pelos cuidados habituais de Simeone - a velha "retranca", no popular - e também por méritos defensivos do Guardiola que vai aprimorando o jogo de posição para não cair na armadilha de quem espera o contragolpe.
O City não cedeu e agora deve ter mais espaços na volta, sem abrir mão da proposta que é uma marca dos citizens. O favoritismo não mudou de lado no confronto.
(Estatísticas: SofaScore)
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