Benzema soma mais três gols históricos em uma temporada de melhor do mundo

O Real Madrid aprendeu as duras lições contra PSG, como visitante, e Barcelona, no Santiago Bernabéu, e coordenou melhor a organização defensiva no 4-1-4-1 sem espaços entre os setores, mas também a transição ofensiva com mais capricho nos passes e um alvo específico para ser eficiente nos contragolpes. Que faltou no clássico espanhol e jogou no sacrifício em Paris.

Karim Benzema foi o grande personagem dos 3 a 1 sobre o Chelsea no Stamford Bridge, marcando o segundo "triplete" seguido em duelos gigantes de mata-mata de Liga dos Campeões. Se as bolinhas não foram tão generosas nos sorteios com o time merengue, o centroavante francês vem descomplicando tudo.

Carlo Ancelotti armou bem sua equipe, com Valverde pela direita dando suporte ao trio Casemiro-Modric-Kroos. E Vinicius Júnior disciplinado para acompanhar em vários momentos o ofensivo ala Reece James, que ocupou o setor mais forte dos Blues, já que Azpilicueta foi improvisado na problemática lateral esquerda da equipe de Thomas Tuchel.

O jovem atacante brasileiro também foi novamente o principal escape do Real, para cima de Christensen e concluindo no travessão a primeira grande oportunidade do Real em Londres. Para depois colocar na cabeça de Benzema no primeiro gol. Já emendado no segundo, com o camisa nove completando centro de Modric pela direita.

O Chelsea nunca foi seguro defensivamente, repetindo o caos dos 4 a 1 sofridos, também em casa, para o Brendtford pela Premier League. Quase sofreu o terceiro do Real com Carvajal e o "hat-trick" de Benzema ainda no primeiro tempo, pouco depois do gol de Havertz, concluindo assistência de Jorginho.

Tuchel mexeu já no intervalo, tirando Christensen e Kanté e colocando Kovacic e Ziyech, desfazendo o 3-4-2-1 habitual. Pretensão de amassar o adversário em busca do empate, mas Mendy estragou tudo errando passe para Rudiger, logo na frente de Benzema. O terceiro gol murchou o estádio e esfriou a reação, que só ganhou fôlego com a entrada de Lukaku na vaga de Pulisic, desmontando o 4-3-3 e indo para um 4-2-3-1, com Havertz voltando a fazer papel de armador.

Mas o Real seguiu defendendo bem, e quando a última linha, que teve Nacho na vaga do lesionado Militão, foi superada, apareceu o incrível Courtois com três grandes intervenções na partida, a mais espetacular em chutaço de Azpilicueta. Foram 57% de posse e 20 finalizações do Chelsea, porém as mesmas cinco no alvo do Real, que foi cirúrgico para abrir uma enorme vantagem.

Com Benzema somando mais três gols históricos e chegando a 11 na Champions, igualando Haller e ficando a um de Lewandowski. Mais 24 na liga espanhola. Aos 34 anos, o francês vive um momento mágico. Tirando todos os asteriscos e ressalvas possíveis sobre o talento de um craque já histórico.

Antes coadjuvante, agora a estrela máxima. Talvez a motivação e a alegria de voltar à seleção, com uma Copa do Mundo já tão próxima, sejam o combustível para destruir defesas.

É temporada de melhor do mundo. Se confirmar o título espanhol, lutar até o fim pela Champions e brilhar também no Catar, será impossível, ou muito injusto, não premiar o atacante mais desequilibrante em 2021/22.

(Estatísticas: SofaScore)