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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras goleia com autoridade na estreia e deve fazer 100% em grupo fraco

Dudu abriu o placar para o Palmeiras no duelo contra o Deportivo Táchira, válido pela Libertadores - Manaure Quintero/Reuters
Dudu abriu o placar para o Palmeiras no duelo contra o Deportivo Táchira, válido pela Libertadores Imagem: Manaure Quintero/Reuters

Colunista do UOL Esporte

07/04/2022 07h00

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O Palmeiras não tinha Abel Ferreira à beira do campo e se deu ao luxo de ter apenas quatro dos cinco grandes pilares do elenco como titulares: Weverton, Gustavo Gómez, Raphael Veiga e Dudu. Só faltou Danilo no meio-campo.

Ainda assim, atropelou com facilidade o Deportivo Táchira, campeão e atual vice-líder do campeonato venezuelano. Equipe que no ano passado faturou os nove pontos que disputou na fase de grupos em casa, vencendo Internacional, Olimpia e Always Ready, este levando 7 a 2,

Um adversário frágil, mas que, ao menos em tese, é mais forte em casa que Sporting Cristal e Tolima, que perderam de 2 a 0 para Flamengo e Atlético Mineiro, respectivamente, porém dando muito mais trabalho.

O atual bicampeão sul-americano passeou no Estádio Pueblo Novo. Organizado para atacar mais pela direita, com Mayke descendo para se juntar a Dudu e Jorge auxiliando Kuscevic e Gómez na saída de bola. Atuesta, com passe mais qualificado, era o volante da saída de bola e Jailson aproveitava a força física para se juntar ao quarteto ofensivo que tinha Gabriel Verón como uma referência móvel de dinâmica semelhante à de Rony e Wesley ocupando todo corredor esquerdo no ataque.

Dudu e Veiga resolveram a parada no primeiro tempo, depois Rafael Navarro aproveitou o adversário entregue na segunda etapa para fazer mais dois. Ainda perderam outras chances, em um total de 20 finalizações. Permitiu 16, mas nos primeiros 45 minutos, em que houve algum equilíbrio no jogo e no placar, foram apenas duas cedidas, nenhuma na direção da meta de Weverton. Das 14 palmeirenses, só duas no alvo. E nas redes.

A estreia é a confirmação de que o Palmeiras é o grande favorito da atual edição. Confiança pelos títulos conquistados e amadurecimento do trabalho, construindo a melhor versão do time de Abel. Ainda dá a impressão de que precisa de contratações, mas o treinador português já mostrou ser capaz de desenvolver e recuperar jogadores.

Pode ser o caso de Gabriel Menino, que reapareceu no segundo tempo. E a maratona de partidas deve proporcionar mais minutos ao talentoso Giovani, que substituiu Dudu e manteve o "baile" pela direita, com sua canhota habilidosa e mais que promissora. Sem um nove de peso, Navarro pode ser uma opção eficiente e corresponder em situações específicas, como a do segundo tempo em San Cristóbal.

Na campanha do bi, o Palmeiras passou perto de fazer os 18 pontos possíveis na fase de grupos. Agora, diante da ótima fase e das limitações dos concorrentes - além do Táchira, Emelec e Oriente Petrolero empataram por 1 a 1 na estreia em um jogo fraquíssimo -, a chance de terminar com 100% de aproveitamento é concreta.

Seria uma vantagem e tanto para o mata-mata decidir sempre no Allianz Parque. Ainda mais sem gol "qualificado" a partir desta edição. Vejamos se o torneio continental será prioridade novamente ou Abel tentará se impor no Brasileiro por pontos corridos, cuja estreia em casa contra o Ceará no sábado teve o cuidado de poupar atletas no meio da semana.

Para fechar a trinca dos principais títulos no país e fazer ainda mais história. Convém não duvidar.

(Estatísticas: SofaScore)