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Guardiola cansou de ser trouxa e venceu duelo "de Libertadores" com Simeone
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Ficou muito claro no Wanda Metropolitano o plano de Diego Simeone para os 180 minutos contra o Manchester City pelas quartas da Liga dos Campeões.
Não jogou no Etihad Stadium, saiu com a desvantagem de um placar mínimo, tentou sobreviver nos primeiros 45 minutos no Wanda Metropolitano para buscar a recuperação na segunda etapa em casa.
Aproveitando a atmosfera impressionante criada por sua torcida apaixonada e também o desgaste físico e emocional de um adversário que deixou 100% em campo nos 2 a 2 com o Liverpool, verdadeira "final antecipada" da Premier League no domingo.
Tinha tudo para dar certo em Madri. O 5-3-2/5-4-1 da maior parte do confronto se converteu em um 3-2-5, com Llorente, Correa, Suárez, Matheus Cunha e Carrasco atacando a última linha do City, apoiados por Kondogbia e De Paul. Acelerando os ataques com um jogo direto para chegar na área o mais rápido possível e o máximo que conseguisse.
A intenção era amassar física, tática e mentalmente uma equipe técnica, de estatura mais baixa e menos forte fisicamente. Que definiu na paciência e no talento de Foden e De Bruyne em Manchester e poderia ter resolvido com o chute de Gundogan que tocou a trave ainda no primeiro tempo da volta. Trocando passes, abrindo Mahrez e Bernardo Silva pelas pontas e aproximando De Bruyne, Foden e Gundogan por dentro.
Com 70% de posse e oito finalizações, porém nenhuma na direção da meta de Oblak. A equipe de Simeone não finalizou em Manchester e concluiu apenas uma vez no primeiro tempo em casa. Mas teve o domínio da segunda etapa com 53% de posse e nada menos que 13 conclusões, duas no alvo.
Teve a bola do jogo com Correa já no final de acréscimos intermináveis - o jogo terminou aos 57 minutos. É inegável que Simeone planejou corretamente pensando apenas na classificação.
Só não contava com um Pep Guardiola pragmático até a medula. Que a duras penas e muitos reveses já entendeu que na Champions é preciso resolver problemas a cada 180 minutos quando chega o mata-mata, que é outra competição. Diferente da liga, quando Guardiola quase sempre faz sua equipe impor seu estilo ao longo das rodadas e soma a maioria dos pontos até levantar a taça.
O catalão ligou o "dane-se", na linguagem permitida nesse espaço, e botou seu time para defender a vantagem "jogando Libertadores" contra Simeone. Retranca, chutões, Aké na lateral esquerda e três volantes protegendo a linha de quatro: Fernandinho, Rodri e Gundogan. Ganhando o máximo de tempo possível com cera de Ederson e também na confusão que resultou na (justa) expulsão do zagueiro brasileiro Felipe, que agrediu Phil Foden.
Simeone, que não quis jogo por 135 minutos e sempre colocou o resultado à frente dos princípios e do jogo limpo, puxou palmas para os recursos menos nobres do City. Porque queria justamente engolir na marra o "fair play" do time inglês.
Mas Guardiola deixou de ser trouxa, como quando o Bayern jogou mais e acabou eliminado pelo Atlético em 2015/16, e está na semifinal. Dançando conforme a música, adaptando-se ao contexto. Jogando feio, se necessário.
Simeone ficou com o comovente reconhecimento de uma torcida que sabe que o treinador argentino colocou o Atlético para competir com as principais equipes do mundo à sua maneira. Mas vai para a casa desta vez.
Quem quis jogar pela maior parte do tempo e depois lutou para sobreviver na "arapuca" do oponente levou a melhor e vai enfrentar o Real Madrid por uma vaga na final.
(Estatísticas: SofaScore)
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