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Palmeiras vai se especializando em Libertadores e é grande favorito ao tri
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Abel Ferreira foi apresentado como treinador do Palmeiras em 4 de novembro de 2020. Ao assumir, já sabia que tinha um caminho pouco desafiador no mata-mata da Libertadores até a semifinal;
Delfín nas oitavas e Jorge Wilstermann ou Libertad nas quartas. Com vinte dias de trabalho, ultrapassou o primeiro obstáculo enfiando 8 a 1 no agregado sobre o time equatoriano. Depois 4 a 1 em 180 minutos contra os paraguaios.
Em 2021, um caminho mais tortuoso, com nível de dificuldade maior na fase de grupos, enfrentando Del Valle e Defensa y Justicia, os últimos campeões da Sul-Americana e este último a pedra no sapato, tanto na Recopa Sul-Americana quanto impondo a única derrota na campanha de 15 pontos, só um abaixo do Atlético Mineiro, líder geral.
No sorteio das oitavas, boa notícia, mas também uma "armadilha": pegaria a Universidad Católica, um dos adversários mais acessíveis da primeira etapa de mata-mata. No caminho, porém, entravam São Paulo, Racing, Boca Juniors e Atlético Mineiro. O chaveamento do outro lado, tirando o Flamengo, era mais simples.
Pois o time de Abel ultrapassou o rival paulista com autoridade e sofreu com o Galo, passando no gol "qualificado" e mais sorte que juízo, admitido pelo próprio treinador português recentemente. Vitória sobre o Flamengo na prorrogação da final e o bi. Inquestionável pelo nível de enfrentamento.
Agora um grupo que consegue ser tão ou mais "carne assada" que o caminho com Delfín e Libertad lá no começo da jornada sul-americana de Abel. Emelec, Deportivo Táchira e Independiente Petrolero são tudo que qualquer time grande pediu a Deus na Libertadores.
Mas diante de resistência mínima, o Palmeiras cumpre o seu papel: fecha o "turno" com 100% de aproveitamento. Só o River Plate alcançou o mesmo aproveitamento até aqui e o Flamengo pode conseguir se vencer fora de casa a Universidad Católica. Mas os argentinos ainda têm o desafio de encarar um Fortaleza no Castelão lotado e o time carioca é irregular com Paulo Sousa e pode deixar pontos pelo caminho.
O Palmeiras caminha tranquilo para os 18 pontos. E mesmo que os concorrentes cheguem à mesma pontuação, dificilmente o atual bicampeão será superado no saldo de gols. Já são 13, com 15 marcados e dois sofridos.
Tudo isso utilizando times mistos. Nos 3 a 1 sobre o Emelec em Guayaquil, vitória encaminhada com 25 minutos de jogo, no gol histórico de Rony, agora maior artilheiro do clube no torneio com 13 gols e outro de Gabriel Verón, em arrancada espetacular no contragolpe.
Para depois perder chances claras, uma inacreditável com o próprio Rony, vacilar atrás e permitir boas oportunidades, a melhor delas aproveitada por Rojas, em falha de Mayke. Mas Breno Lopes definiu o placar no final com um gol "espírita", em cruzamento que caiu nas redes de Pedro Ortíz.
Agora é cumprir o roteiro esperado, goleando novamente o lanterna Petrolero fora de casa e atropelar Emelec e Táchira no Allianz. E ganhar o direito de definir todas as etapas de mata-mata em casa até a decisão. Sem contar o retrospecto do melhor visitante da história da competição, com invencibilidade de 17 partidas.
Tudo isso faz da equipe a grande favorita ao tricampeonato. Ainda que Abel prefira jogar o protagonismo para o outro lado. Com uma aura mitológica no clube, diante do calendário insano e apertado até novembro, o português deve priorizar novamente a Libertadores. Completo, focado e resolvendo em seu estádio, quem poderá deter o Alviverde que amadurece e mostra capacidade de competir em qualquer cenário?
O Palmeiras vai se especializando na Libertadores. Contra timecos ou favoritos sempre parece mais forte e pronto para vencer.
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