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Cássio já é "santo', mas Vitor Pereira também faz milagres no Corinthians
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O contexto não oferecia outra opção a Vitor Pereira na Bombonera.
Era se fechar com linha de cinco - Fabio Santos terceiro zagueiro, Lucas Piton ala pela esquerda - e esperar uma chance de contragolpe ou o tempo passar.
O Boca Juniors contribuiu com uma falta de criatividade absurda. Rodava a bola, abria pela esquerda, mas os cruzamentos de Villa buscavam justamente a segunda trave, muito bem protegida pelos laterais corintianos daquele lado e sem Zeballos infiltrando ou Benedetto ocupando aquele espaço para finalizar.
O Corinthians ainda precisou lidar com a insegurança de João Victor, melhor zagueiro da equipe, que, para piorar, torceu o pé e teve que dar lugar a Gil no final do primeiro tempo. O plano inicial do treinador português, de ter Mantuan para os contragolpes com Roger Guedes e sacrificar Giuliano pela esquerda, teve que aos poucos se transformar em um "ferrolho" de 5-4-1. Até pela lesão de Mantuan, que deu lugar ao garoto Giovane, de 18 anos, aos cinco minutos da segunda etapa.
O time xeneize teve 66% de posse, 88% de acerto nos passes contra apenas 67% do adversário, finalizou 20 vezes, porém apenas metade de dentro da área e só duas no alvo. Benedetto ainda cobrou na trave um pênalti tolo de Raul Gustavo. No mais, foram 45 cruzamentos, a maioria sem efeito. Restou aos visitantes abusar das bolas longas e rebatidas: foram 63.
Sobrou para Cássio na decisão por pênaltis, mesmo que do outro lado estivesse Agustin Rossi, outro especialista em defender cobranças. Ambos pegaram duas, porém a última do brasileiro foi decisiva, parando Ramirez, já na série de alternadas. Porque o fraquíssimo Benedetto quase jogou fora do estádio a quinta cobrança, que poderia ter colocado o Boca nas quartas da Libertadores.
Vai o Corinthians, em noite inesquecível. Heroica pelas circunstâncias. Se Cássio já está canonizado e é "santo" pelas muitas defesas nas grandes conquistas da história do clube há uma década, Vitor Pereira também está fazendo milagres.
O time está nas quartas das duas competições de mata-mata - só precisando confirmar contra o Santos na Vila Belmiro, depois de enfiar 4 a 0 em Itaquera - e administra um G-4 nos pontos corridos, a apenas três do líder Palmeiras. Tudo isso sem tempo para trabalhar e com elenco desequilibrado e agora mutilado.
Por isso a proposta diferente dos princípios de jogo do treinador, que gosta de pressão e sua equipe com a bola no campo de ataque. Mas se não dá, ele se vira como pode. E volta vivo com seu time da Bombonera.
(Estatísticas: SofaScore)
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