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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeiras fecha turno sobrando no estilo das últimas conquistas

Gabriel Menino comemora gol marcado com a camisa do Palmeiras no duelo contra o Inter, válido pelo Campeonato Brasileiro - Carla Carniel/Reuters
Gabriel Menino comemora gol marcado com a camisa do Palmeiras no duelo contra o Inter, válido pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Carla Carniel/Reuters

Colunista do UOL Esporte

24/07/2022 18h17

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O Palmeiras já era o "campeão" simbólico do primeiro turno do Brasileiro. Desde a vitória na quinta (21) por 1 a 0 sobre o América no Independência, com golaço de Scarpa e a inacreditável chance do empate perdida por Juninho no ataque final da partida.

Competência e sorte. Mesma sequência que confirmou o décimo triunfo em 19 rodadas nos 2 a 1 sobre o Internacional no Allianz Parque.

Sobrando nos primeiros 45 minutos, com intensidade máxima, Dudu voando pela esquerda, Gustavo Scarpa compensando a queda técnica de Raphael Veiga com ótimas inversões a partir da direita, na execução do 4-2-3-1 de Abel Ferreira. Na jogada de Dudu, o sétimo gol de Gustavo Gómez, zagueiro e artilheiro da equipe.

O segundo gol, de Murilo que acabou anulado, deixaria o placar mais condizente com os 60% de posse e as dez finalizações contra apenas três de um Inter que não conseguia encaixar as transições ofensivas com Edenilson ganhando liberdade para se aproximar de Wanderson e Pedro Henrique. Nada produziram.

Mano Menezes mudou o time gaúcho e o cenário da disputa na volta do intervalo. Recuando Edenilson pela direita, encaixando Mauricio, que entrou no lugar de Gabriel, para se aproximar de Pedro Henrique e Alemão, que entrou na vaga de Wanderson e gerou mais presença no ataque. Como referência, mas também mobilidade e jogadas individuais que criaram desconforto para a solidez alviverde.

Primeiro chutou na trave de Weverton, depois surpreendeu em bela finalização no ângulo. Premiando um Inter mais organizado, para defender e atacar. Que já poderia ter empatado quando Mauricio apareceu livre na área, mas Weverton salvou. Só sendo ameaçado em duas bolas paradas: cobranças de escanteio da direita de Scarpa na cabeça de Zé Rafael e toques no travessão de Daniel.

Os visitantes não erraram ao seguir atacando e acreditando na virada. O Palmeiras, que ainda tenta se adaptar aos novos centroavantes, acionou pouco José López e, depois, Merentiel, e parecia sem força e criatividade com Wesley e Gabriel Menino nas vagas de Dudu e Veiga.

Mas fase iluminada cria protagonistas improváveis. Vanderlan, o garoto que substitui os lesionados Piquerez e Jorge, desceu pouco e não havia criado nada muito efetivo. Mas achou um passe para Menino livre na área colorada decretar a vitória. A mais bem-sucedida das oito conclusões da equipe de Abel Ferreira na segunda etapa.

O Palmeiras compete sempre e vence até quando o desempenho cai. Depois de um período de futebol que chegou a encantar as retinas, agora volta ao estilo de 2016, com Cuca, e dois anos depois, sob o comando de Felipão. Ganha os três pontos, agrada o consumo interno da torcida, os adversários não acompanham em termos de resultados.

Nem na próxima rodada, a primeira do returno, alguém será capaz de tirar o Palmeiras do topo da tabela. Assim foi nas últimas conquistas, assim parece ser na temporada em que o time já histórico pelo bi da Libertadores parece pronto para se impor também nos pontos corridos.

(Estatísticas: SofaScore)