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André Rocha

OPINIÃO

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Palmeiras se nega a perder no Brasileiro, mas queda técnica é preocupante

Aderlan, do Bragantino, disputa bola com Danilo, do Palmeiras, pelo Brasileirão - Diogo Reis/AGIF
Aderlan, do Bragantino, disputa bola com Danilo, do Palmeiras, pelo Brasileirão Imagem: Diogo Reis/AGIF

Colunista do UOL Esporte

03/09/2022 21h34

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Abel Ferreira teve bom senso e, diante da importância de contar com titulares inteiros para decidir em casa a vaga na final da Libertadores contra o Athletico, escalou o Palmeiras com Weverton, Danilo, que cumprirá o segundo jogo de suspensão, e Gustavo Scarpa, que pegou apenas um jogo pela expulsão contra o Galo e já pagou. Mas completou com reservas.

Só não contava com uma atuação fraquíssima no primeiro tempo contra o Red Bull Bragantino, no Nabi Abi Chedid. Time espaçado, sem articulação e errando muito tecnicamente. Incluindo o "Flaco" López que demora a engrenar, pouco acrescenta na frente e ainda deu condições para Luan Cândido abrir o placar, completando na segunda trave o desvio após a cobrança de falta pela direita de Artur.

O ponta direita do 4-2-3-1 de Mauricio Barbieri aproveitou outro erro atrás, de Kuscevic e Atuesta, para bater de fora da área e não perdoou uma rara falha de Weverton, que pulou atrasado. As duas finalizações do time da casa nos primeiros 45 minutos entraram.

Tudo parecia perfeito para os donos da casa, até Cleiton tocar contra sua própria meta em disputa com Luan no cruzamento de Aderlan. Um lance aleatório que recolou o Palmeiras animicamente no jogo em momento importante, antes da saída para o intervalo.

Cuidadoso, Abel ainda esperou os protocolares 15 minutos da segunda etapa para trocar. Entraram Roni, Dudu e Merentiel, depois Zé Rafael e Gabriel Menino. Scarpa saiu, preservado porque provavelmente será o único meia de criação com a provável ausência do lesionado Raphael Veiga na terça.

Mas em Bragança quem apareceu com lançamento preciso foi Luan, que participou do primeiro gol e acertou passe longo nas costas de Léo Ortiz para Merentiel, que mostrou mais eficiência e faro de nove que López. 2 a 2.

Dudu ainda desperdiçou de cabeça a chance mais cristalina. Não puniu um Bragantino de marcação frouxa e que só reagiu fisicamente com as entradas de Praxedes e Sorriso, depois da troca cautelosa de Barbieri, ainda com vantagem no placar, ao colocar o volante Jadson no lugar do atacante Alerrandro - Helinho havia entrado no lugar de Hyoran na volta do intervalo, porém mantendo o revezamento por dentro e à esquerda na linha de meias com Eric Ramires.

O Palmeiras jogou mal, mas poderia ter vencido, como em outros tantos momentos do campeonato. Com 59% de posse e as mesmas 11 finalizações do adversário, porém apenas três no alvo. O RB Bragantino ficou com as duas na direção da meta de Weverton que entraram.

A possível queda da vantagem para cinco pontos em relação ao Flamengo, caso este vença o Ceará no Maracanã, é menos preocupante que a de nível técnica do líder do Brasileiro. A equipe decide a vida na Libertadores, mas vivendo catarse pela virada e classificação ou ressaca pela eliminação, deve vencer o Juventude no Allianz Parque. Depois terá uma semana de preparação para encarar o Santos, também em casa.

Aí vem a providencial pausa para data FIFA. Dez dias para recuperar o desempenho, mesmo com eventuais ausentes a serviço das seleções. E o grande trunfo por conta do bizarro calendário brasileiro: enquanto o Flamengo provavelmente estará decidindo a Copa do Brasil nos dias 12 e 19 de outubro, com um jogo contra o Atlético Mineiro, no Maracanã, no meio (15), o Palmeiras terá semanas livres para trabalhar. O favoritismo permanece intacto.

Mas a pouca bola jogada preocupa, diante do crescimento do principal concorrente. Mesmo com o Palmeiras se negando a perder nos pontos corridos. O título também pode escapar com muitos empates.

(Estatísticas: SofaScore)