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Resgatar Cebolinha é o grande desafio de Dorival no Flamengo até as finais
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A contratação de Everton Cebolinha pelo Flamengo foi confirmada extraoficialmente pelo próprio jogador e também pelo Benfica, que o negociou, em 20 de junho. 16,5 milhões de euros. Cinco dias depois da grave lesão no joelho direito de Bruno Henrique nos 2 a 0 sobre o Cuiabá.
O atacante que se destacou no Grêmio não chegou como o eventual substituto do "Rei da América" de 2019, mas para ocupar a vaga no elenco que era de Michael. Com características bem distintas, já que tem o drible como ponto forte, mas não a velocidade para ser referência nos contragolpes.
Estreia um mês depois, na goleada sobre o Juventude por 4 a 0, pelo Brasileiro no Mané Garrincha. Entrou no intervalo, substituindo Pedro, participou bem de alguns ataques, apesar do desentrosamento e de uma certa afobação, mas no final serviu assistência a Lázaro no último gol.
Quem poderia imaginar que seria o único passe para gol de Cebolinha até agora? E o único gol, fundamental, nos 3 a 1 sobre o São Paulo no Morumbi pela ida da semifinal da Copa do Brasil. Recebeu de Arrascaeta, cortou da esquerda para dentro e, ao invés da "chapa" no canto esquerdo bateu forte e seco no direito, surpreendendo Jandrei.
E foi só. Muito mais erros que boas jogadas, apesar da vontade de acertar. Bem pouco para tamanha expectativa e não pode reclamar de minutos em campo. Iniciou sete dos nove jogos que disputou pelo Brasileiro e teve a chance de formar dupla de ataque com Pedro na volta contra o Vélez. Neste pode usar em sua defesa o posicionamento mais pela direita, porém o desempenho geral até agora é decepcionante.
O Flamengo terá o primeiro jogo decisivo só no dia 12 de outubro, diante do Corinthians pela final da Copa Brasil. Até lá, cinco partidas pela competição por pontos corridos. E ainda dez dias de data FIFA só para recuperação e treinamentos, entre o Fla-Flu e o jogo contra o Fortaleza no Castelão.
É a chance de Dorival Júnior usar o tempo a favor para ajudar Everton a resgatar o futebol de seus melhores momentos. No Grêmio, mais raros em Portugal e com brilho pela seleção na Copa América 2019, quando Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, foi chefe da delegação brasileira e se encantou com o futebol do então "externo desequilibrante" de Tite.
Cebolinha não é e, provavelmente, não será titular nas finais. O Flamengo trabalha para preservar os 11 que iniciaram a partida contra o São Paulo no Maracanã. Uma difícil equação de não desgastar na reta final da temporada, mas sem perder ritmo de jogo.
Se um dos três mais adiantados - De Arrascaeta, Gabigol e Pedro - tiver algum problema, é Cebolinha a primeira opção para entrar no time. Também será o primeiro a sair do banco para tornar a equipe mais ofensiva em caso de desvantagem nas decisões. Dorival pode tirar João Gomes ou Thiago Maia e reorganizar a equipe em um 4-2-3-1: recuando Everton Ribeiro como volante, ou trocando o camisa sete por Vidal, com Gabigol e Cebolinha nas pontas e De Arrascaeta atrás de Pedro.
O treinador rubro-negro precisa de uma peça confiável, um "ponta firme" para sacar do banco para mudar a cara do time, se necessário, nos momentos mais importantes. Esse cara é o Everton Cebolinha, para isso ele foi contratado. Lá no plano inicial, quando seria reserva de Bruno Henrique.
São 25 dias de jogos e treinos. O desafio é detectar as razões para o futebol do agora camisa onze não fluir no Flamengo e trabalhar para recuperar confiança e, consequentemente, desempenho. Mas depende mais de Everton do que de Dorival.
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