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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Campanha do Palmeiras rumo ao título lembra cada vez mais a de 2016

Dudu em ação com a camisa do Palmeiras no duelo da equipe contra o Santos, válido pelo Campeonato Brasileiro -  Alan Morici/AGIF
Dudu em ação com a camisa do Palmeiras no duelo da equipe contra o Santos, válido pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Alan Morici/AGIF

Colunista do UOL Esporte

19/09/2022 08h35

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O Palmeiras teve a semana livre para se preparar para o clássico em casa contra o combalido Santos, ainda sem treinador efetivo.

Mas o desempenho não melhorou, mesmo depois da tormenta da eliminação na Libertadores e a pausa para descanso e juntar os cacos de novo revés nas competições de mata-mata.

Soteldo deu trabalho jogando por dentro, inclusive provocando a expulsão de Danilo. Mais uma por entrada dura, acima do tom. Complicando ainda mais a disputa, mas não fazendo o Palmeiras recuar tanto, até por necessidade.

Entrou Merentiel, que novamente deu melhor resposta que "Flaco" López. Quase marcou de bicicleta, depois foi às redes em mais uma bela virada. Gol de centroavante.

Para depois o Palmeiras segurar, mesmo sem Abel Ferreira à beira do campo, já que o treinador português foi novamente expulso por perder a cabeça com a arbitragem. Impressiona como alguém que critica a formação do jogador brasileiro, incluindo a educação, e não aceita críticas mais contundentes de jornalistas consegue ser tão destemperado e desbocado.

No final, mais um 1 a 0. A sétima vitória por apenas um gol nas últimas onze rodadas. A única mais elástica foi por 3 a 0 sobre o Goiás, também no Allianz.

A campanha que parecia arrebatadora no início, com os 3 a 0 sobre o Corinthians em Barueri, os 4 a 0 sobre o Botafogo e a incrível virada por 4 a 2 contra o Atlético-GO, vai ficando bem parecida com a de 2016.

Naquele ano, depois de um turno com goleadas sobre Athletico e Figueirense e um jogaço de 4 a 3 contra o Grêmio, com Gabriel Jesus e Roger Guedes brilhando, o returno foi de puro pragmatismo. Doze vitórias - oito pela vantagem mínima, as demais por dois gols de diferença - mais seis empates e apenas uma derrota.

Quando o campeonato afunilou, as vitórias foram sofridas, quase arrancadas a forceps. Sempre mais pontos que bola jogada. A ponto do estilo ser tachado de "Cucabol", que não se resumia às cobranças de lateral de Marcos Rocha na área adversária. Era um futebol de resultados, sem momentos de brilho além dos dribles de Dudu. Parecido com agora, inclusive.

Abel Ferreira e o palmeirense parecem não se importar. Agora serão onze finais, depois de uma providencial pausa para data FIFA. É a chance de tentar resgatar o futebol envolvente do melhor momento da temporada, com a goleada histórica sobre o São Paulo na final estadual, até a incrível virada sobre o mesmo rival paulista, por 2 a 1 no Morumbi.

Se a evolução não vier, mas o time seguir somando pontos, e daí? O Palmeiras abraçou a cultura resultadista sem culpa e até prefere as críticas, para reforçar a narrativa do "contra tudo e contra todos". Exatamente como há seis anos.