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Tite não precisa mexer em nada. Esse é o Brasil para a Copa
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A análise pode ir pelo viés das fragilidades de Gana, que não são poucas. Contra o Brasil, particularmente no jogo aéreo com bola parada, que rendeu os gols de Marquinhos e Richarlison nos 3 a 0 em Le Havre.
Mas este que escreve prefere focar nas muitas virtudes da seleção que Tite vai moldando para o Mundial no Catar. A começar pela formação ultraofensiva, mas que equilibra sem bola com pressão pós-perda, boa coordenação da última linha, com Militão como lateral-zagueiro, Alex Telles também segurando pela esquerda, mas auxiliando na articulação e fazendo a bola chegar ao quinteto ofensivo.
Se antes Tite apostava em Renan Lodi como uma espécie de ala pela esquerda, agora o treinador simplifica e abre Vinícius Júnior na ponta. Raphinha à direita, Richarlison como uma referência móvel e Lucas Paquetá e Neymar como meias, buscando os espaços às costas dos volantes, entre os zagueiros e laterais adversários. Ou o "meio-espaço".
Conceitos do jogo posicional que funcionam bem em uma seleção que quase sempre será protagonista e jogará no campo de ataque. Com intensidade na pressão, mas também na rapidez da circulação de bola. Como na jogada trabalhada que terminou na assistência de Neymar e o segundo gol, primeiro de Richarlison.
Muitos momentos de jogo bonito, inclusive no segundo tempo mais de administração e experiências com as substituições. Importante também a maturidade de Neymar, que apanhou muito e não perdeu a cabeça, assim como Paquetá mais próximo de Casemiro quando o time baixou as linhas e continuou se defendendo bem.
Por isso não precisa mexer em nada. Esse é o Brasil para a Copa. Ainda que Fred e Bruno Guimarães tenham nível para entrar no time. Ou o próprio treinador opte por escalar em função do adversário. O que vale é que a seleção parece cada vez mais pronta e respeitando o momento de cada um, sem vaga cativa.
Faltam 58 dias para começar o Mundial em que a maior reunião de talentos brasileiros desde 2006 vai atrás do hexa.
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