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Bicampeão Del Valle aponta um bom caminho, inclusive para o São Paulo
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O São Paulo teve coragem, luta e chances desperdiçadas, especialmente no início do segundo tempo.
Rogério Ceni apostou mesmo na formação ultraofensiva, inclusive Igor Vinícius na lateral direita atacando o corredor, quando a expectativa era que Rafinha cumprisse uma função híbrida de terceiro zagueiro na saída de bola, como na goleada sobre o Avaí.
Ainda assim, o lado esquerdo foi o mais acionado, porém com Reinaldo um pouco mais contido e Patrick, Luciano e Rodrigo Nestor flutuando pelo setor na execução do 4-1-3-2. Só que havia também um "ponto cego".
Era o zagueiro Léo, mesmo não tão exposto, contra Lautaro Díaz, jogador mais avançado do 3-5-1-1 do Independiente del Valle. Dúvida antes por estar lesionado. Acionado por Angulo, Faravelli e Sornoza dentro da proposta de jogo do time equatoriano que é parte de um modelo de trabalho que independe de quem é o treinador.
No primeiro título da Sul-Americana, o comando era do espanhol Miguel Ángel Ramírez, então com 35 anos. Agora, à beira do campo estava Martin Anselmi, argentino de 37 anos. Três anos mais jovem que o veteraníssimo Cristian Pellerano. Ex-assistente do próprio Ramirez.
Ou seja, com metodologia assimilada e estilo de jogo marcante. Apostando em experiência, mas também investindo em formação na base.
Erros do São Paulo no início, livrando-se da bola, e primeiro gol do Del Valle em passe de Faravelli e gol de Díaz, entrando no setor de Léo. Ainda um chute na trave de Sornoza, com Felipe Alves tocando para salvar o segundo.
Mas não impedindo o segundo em linda jogada, com passe de Sornoza, assistência de Díaz e gol de Faravelli, meio-campista argentino completo que joga fácil e caberia em qualquer grande time brasileiro. Ainda que a proposta e o entrosamento potencializem esse talento.
Trabalho consolidado contra uma camisa pesada, também lutando por um bicampeonato, mas que veste um time irregular, que acreditou se encontrar minimamente nesta reta final de temporada. Em Córdoba, porém, sucumbiu a um time superior, que construiu campanha com mais autoridade.
O Del Valle terminou com menos posse (48%) e as mesmas dez finalizações do São Paulo, porém seis a quatro no alvo, sem contar o chute na trave na primeira etapa.
Vitória e bicampeonato inquestionáveis. Uma gestão de dez anos em um clube de 64. Não vence tudo, pode não ter uma história impressionante. Mas é uma força emergente que aponta um bom caminho, inclusive para o futebol brasileiro. Incluindo o São Paulo.
(Estatísticas: SofaScore)
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