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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Arsenal de Jesus e Martinelli é legal de ver e compete. Dá para sonhar?

Gabriel Martinelli comemora gol marcado pelo Arsenal contra o Liverpool em Londres - Justin Setterfield/Getty Images
Gabriel Martinelli comemora gol marcado pelo Arsenal contra o Liverpool em Londres Imagem: Justin Setterfield/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

09/10/2022 15h10

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O Arsenal viveu na longa Era Arsène Wenger a glória e também o fardo, perdendo relevância com o passar dos anos. Limitado a um clube que compra e revende jovens promissores, mas sem um retorno técnico suficiente para disputar títulos além das copas nacionais. A última conquista de Premier League foi histórica, com a campanha invicta. Mas na temporada que vem completará duas décadas.

Mikel Arteta deixou Pep Guardiola e o cargo de auxiliar no Manchester City em 2019 para tentar um voo mais alto onde o meia espanhol encerrou a carreira de jogador. Penou como todo início de carreira, até porque não é fácil competir com quem tem mais dinheiro e também competência.

Agor, porém, treinador, clube e time parecem prontos para brigar em cima. Mesmo com a queda de produção do Liverpool nesta temporada, não é fácil vencer jogo grande do time de Jürgen Klopp.

A construção do triunfo por 3 a 2 no Emirates Stadium foi a prova de competência e também força mental. Para levar o empate duas vezes e não se desmanchar e sucumbir. A chegada de Gabriel Jesus deu uma referência segura. Um camisa nove que, apesar de jovem, conhece a liga e já a venceu algumas vezes, ainda que sem titularidade absoluta.

O time dos pontas Saka e Martinelli, de pés invertidos e intrépidos. Das mortais infiltrações em diagonal. Decisivos marcando os gols da grande vitória, dois do inglês de 21 anos. Também dos motores Xhaka e Partey no meio-campo e Odegaard, promessa de melhor do mundo na adolescência e realidade hoje, aos 23 anos, para dar liga na execução do 4-2-3-1 que chega com muita gente na área adversária.

Não são acaso os 23 gols em nove rodadas. Bem dosado com os dez sofridos, diante da proposta ofensiva. É o equilíbrio que explica a persistência no topo da tabela. Mesmo contra as 33 bolas nas redes do surreal City de Haaland, o impressionante "upgrade" para um time já dominante. Para efeito de comparação, o cometa norueguês já tem 15 gols, o triplo de Jesus, artilheiro do líder resistente.

Será que o Arsenal tem "caixa" para duelar até o final? Difícil prever, até pela média de idade do elenco de apenas 24 anos. Mas até aqui compete e é legal de ver. Um time para se programar para assistir. Este que escreve recomenda, inclusive.

E sonhar não custa nada. Já é muito melhor que o tédio e o desânimo das últimas décadas.