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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Choro de Hulk é quase tão vergonhoso quanto atuação horrenda do Galo

Hulk reclama durante Flamengo x Atlético-MG, jogo do Campeonato Brasileiro - CELSO PUPO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Hulk reclama durante Flamengo x Atlético-MG, jogo do Campeonato Brasileiro Imagem: CELSO PUPO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

16/10/2022 08h25

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Não era só o Flamengo com nove reservas e improvisando Matheuzinho no meio-campo. Era um clube desmobilizado no Brasileiro, totalmente focado na final da Copa do Brasil. Que, se pudesse, nem jogaria, como fez o Corinthians em Goiás, aproveitando um imbróglio jurídico sobre torcida única.

O Atlético Mineiro teve a semana "cheia" para se preparar, Cuca escalou o que considerava o melhor, com a base (oito jogadores) campeã do Brasileiro e da Copa do Brasil 2021. Era a chance de aproveitar as fragilidades do grande rival nacional e alcançar uma grande vitória, em resultado e desempenho, mesmo no Maracanã, e arrancar para o G-4 ou, no mínimo, entrar no G-6.

Mas a atuação do Galo foi horrenda. Tecnicamente sofrível, com 'destaque" para os erros grotescos de Pavón, que entrou na volta do intervalo substituindo Keno e apareceu apenas chutando bolas na lua e errando passes e cruzamentos simples.

Um vazio de ideias absoluto. É até chocante ver uma equipe cujo futebol fluía naturalmente há um ano precisar que o atabalhoado Marinho "servisse" Nacho na melhor oportunidade do time mineiro em toda partida. 62% de posse, 13 finalizações, porém só três na direção da meta. Zero criatividade.

O Flamengo jogou na dele. Garantiu-se atrás com bom desempenho da última linha, formada por Varela, Fabrício Bruno, Pablo e Ayrton Lucas, além de João Gomes na proteção, e esperou por um lampejo na frente. Veio no passe longo de Fabrício Bruno na cabeça de Everton Cebolinha, que ganhou de Guga na cabeça e foi, enfim, decisivo com a camisa rubro-negra.

Mesmo com apoio de 50 mil torcedores no Maracanã, a diferença técnica era, ou deveria ser gritante. Dorival só tinha Diego Alves e garotos no banco, enquanto Cuca contava com reservas que engrossaram um elenco já muito forte, ao menos no papel.

Mas a volta do treinador histórico até aqui é um fracasso retumbante. O time consegue ser pior que nos tempos de Antonio "Turco" Mohamed. Incrível pensar que Cuca, há seis meses, era o grande favorito para suceder Tite na seleção.

A cereja desse bolo intragável para o atleticano, porém, veio depois da partida. Hulk, provocado pela torcida adversária ao ser substituído aos 22 minutos da segunda etapa por Alan Kardec, resolveu criticar a arbitragem no Instagram.

Depois de ser derrotado e anulado pelos zagueiros rubro-negros, o choro patético por conta de um toque no braço de Varela, com o lateral uruguaio disputando no alto e, de costas, sequer vendo onde estava a bola, que veio desviada por um companheiro de time. Ridículo e vergonhoso, para dizer o mínimo. Um "sanduíche" de dois atleticanos na área sobre Ayrton Lucas no primeiro tempo foi uma penalidade mais "marcável".

Como dito aqui nesta coluna há pouco tempo, o atacante deve sentir saudades dos muitos pênaltis decisivos marcados a favor do Galo no ano passado. Sem eles a quantidade de gols do camisa sete alvinegro caiu drasticamente.

Um papelão completo do atual campeão brasileiro. Constrangedor.